Há uns 2 meses eu gastei uma grana numa coisa que, há uns tempos atrás, dificilmente eu gastaria. Comprei um escapulário de prata super diferente: de um lado um cérebro, do outro um coração. Um escapulário delicado e discreto, que nada tem a ver com meus maxicolares exuberantes, plásticos e baratos. Quando cheguei em casa com a encomenda e mostrei pra minha mãe, ela perguntou o preço e tomou um susto. Eu justifiquei: "É de prata mesmo." E ela respondeu: "É, filha, você finalmente chegou à idade dos metais."
Não sei se vocês já ouviram essa expressão, mas chegar à idade dos metais significa que estamos envelhecendo e começando a comprar coisas de prata, ouro, pedras verdadeiras, bolsas que duram uma vida, objetos duradouros. Falando assim, parece uma analogia rasa para justificar um novo patamar de consumo, mas a verdade é que a Idade dos Metais é uma metáfora para outras esferas mais profundas da nossa vida.
Chegar à idade dos metais significa que estamos mais "duras", mais firmes, mais decididas e por isso esperamos o mesmo da vida. Queremos solidificar nossa vida profissional, investir pesado na concretização dos sonhos. Procuramos relacionamentos igualmente mais fortes e duradouros e tudo que é descartável, plástico e falso demais, começa a não ser suficiente pro nosso gosto.
Quando somos crianças, tudo que é leve e colorido nos atrai. Somos diariamente encantados com a possibilidade do novo, do inédito e do passageiro, por que criança cansa rápido. Mas quando entramos na idade dos metais, sentimos a necessidade de que as coisas não quebrem com tanta facilidade. Que as amizades perdurem, mesmo que sejam poucas. Que os namoros se sustentem e as crises sejam superadas. Que o trabalho edifique, em vez de frustrar. Que as roupas não desfiem e os colares não deixem nossos pescoços verdes.
E assim vamos diminuindo a quantidade de coisas, comprando peças cada vez mais caras e menores, mas que ficarão pra sempre. E do outro lado da moeda, vamos diminuindo o impulso desenfreado do coração, deixando o cérebro comandar quase 100% das nossas atitudes. É bem verdade que a transição pode ser um caminho sem volta, que algum pedaço da nossa espontaneidade pode se perder no caminho, e que o metal pode endurecer até a alma mais doce, mas é reconfortante saber que seremos cada vez menos frágeis e que tomaremos o cuidado de nunca quebrar.
Escapulário: Glau Pietrobon, R$ 229.
Beijos, Carols
Adorei o texto!! Ainda não cheugie lá, mas sinto que está próxima a Idade dos Metais!
ResponderEliminarAdoro seu blog, leio sempre!
Quando tiver um tempinho dá uma passadinha no meu blog. Beijos!
www.estiloadois.com.br
Eu já entrei Carol! Nunca tinha usado essa nomenclatura, mas é exatamente isso. Antes eu pensava: prefiro comprar várias bijus pq nõ quero que nada dure tanto, a vida é passageira. Toda essa efemeridade é passageira, agora prefiro ter menos acessórios mas ter a certeza que dizem um pouco sobre mim e estarão comigo por muito tempo! Bjs adoro seu blog
ResponderEliminarTais depois de um tempo comecei a pensar, pow eu não quero que uma coisa fique feia ou quebre logo, a gente acaba pensando isso mesmo que vc falou, prefiro poucas coisas porém que sejam a minha cara, digam algo sobre mim e que durem mais ;)
EliminarMEU DEUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUS, isso foi muy caro!
ResponderEliminarEu não pagaria, apesar de ter gostado bastante, achei super diferente. Voltando pro post, acho então que sempre fui da idade dos metais, já que eu só compro coisas assim que tenham uma duração boa, a maioria das minhas "biju" são de prata, aço, ouro e pedras.. E isso é até bom, você vê que pagou caro por algo valioso e de boa duração ao contrário de outras coisas que compraríamos e gastaria com facilidade.
Chegou cedo nessa idade hem Carol? Eu cheguei esse ano e ja vou fz 40 rsrs
ResponderEliminarBjos adoro seu blog!
Concordo plenamente! Sinal de mudanças: colocar o pensamento no lugar da ação. Ou seja, pensar antes de fazer... E esse escapulário não podia ser mais a sua cara, parece que foi desenhado por você! E por falar em metais, ESTOU APAIXONADA por um relógio que você usou dia 13. POR FAVOR me diga de onde é. Há tempos procuro um relógio assim.
ResponderEliminarObrigada, bj.
Camila
Nossa!!! Me identifiquei tanto que chego a ter a impressão de que eu escrevi esse texto, rsrsrs... Muito bom(como tudo que você escreve)!! Gosto muito do seu Blog, dos seus textos, do seu estilo... enfim, gosto muito de você apesar de não te conhecer pessoalmente. Sabe aquela pessoa que você observa e pensa: adoraria ser amiga dela!! Entende? É assim que me sinto em relação a você. Grande beijo!
ResponderEliminarNossa!! Me identifiquei tanto que chego a ter e impressão de que eu escrevi esse texto, rsrsrs. Muito bom(como tudo que você escreve)!! Adoro seu Blog, seus textos, seu estilo...enfim, gosto muito de você mesmo não te conhecendo pessoalmente. Sabe aquela pessoa que você observa e pensa: adoraria ser amiga dela! Entende? É assim que me sinto em relação a você. Beijo Grande!
ResponderEliminarQue texto Carol. Gosto do seu Blog não só por conta de Moda, mas porque tem sempre conteúdo. Parabéns!
ResponderEliminarCarol que texto incrível, amei esse escapulário, não achei tão caro, se pararmos para pensar é algo que vai durar muito tempo então vale a pena o investimento, que você aproveite muito essa nova face da sua vida e realize todas as suas vontades e sonhos. bjos Day.
ResponderEliminarQue texto Carol. Adoro o seu Blog não só por conta da Moda, mas porque tem conteúdo. Parabéns!
ResponderEliminarai zentiii, acho que até to na idade, mas a cabeçinha ama uma quinquilharia no pescoço kkk
ResponderEliminarbjos
kammy
Comer, Blogar, Amar
amei o texto Carol, tô passando por uma fase complicada da vida, e isso realmente é reflexivo!
ResponderEliminarbjo
Carol... também estou nessa idade então! Depois de criar o meu projeto de ficar um ano sem comprar, tenho refletido muito sobre como e o que compro. Estou no 7º mês sem comprar nada e confesso que nunca estive tão bem comigo mesma! Percebi que não preciso de muito pra ser feliz e que costumava comprar demais como uma maneira de preencher um vazio que existia dentro de mim. Só depois fui perceber que essa vazio não poderia ser preenchido com coisas e sim, com meu aprimoramento espiritual. Depois desse "hiato" de compras, pretendo sim, comprar mais peças duradouras do que comprar 10 na China, sem contar que agindo assim, estava meio que "financiando" esse mercado escravo de lá! Um brinde à essa nova fase e a nova percepção do que realmente importa!
ResponderEliminarBeijos!
Lindo texto, mas vc pagou caro no colar rs
ResponderEliminarAdoro a sua escrita chará ;)
ResponderEliminarBelo texto Carol, adoro suas reflexões. Me identifico muito com as coisas que escreve. Beijos
ResponderEliminarhahahahaha.... juro que pensei!!! uns 600 reais. Bem, foi um bom investimento. Ja to na idade dos metais a um tempinho. E bem, eh isso tudo que voce falou ai... nao eh so uma questao do metal em si... Mas, algo solido na vida!!!!
ResponderEliminarÓtimo texto, Carol!! E lindíssimo o escapulário, com certeza valeu o qto pagou! Super diferente.
ResponderEliminarADOREI!
ResponderEliminarCarol, adorei demais. Você sabe se vende online? Quero um pra mim. Sou uma canceriana que luta forte contra suas emoções e tenta sempre agir, sem sucesso, com a razão.
ResponderEliminarCarol, adorei demais. Você sabe se vende online? Quero um pra mim. Sou uma canceriana que luta forte contra suas emoções e tenta sempre agir, sem sucesso, com a razão.
ResponderEliminarApenas queria dizer q se eu tivesse dinheiro agora, compraria um escapulário igual porque achei ele LINDO e muito, muito significativo... ótima compra!
ResponderEliminarApenas queria dizer que se tivesse dinheiro agora, eu compraria um igual, pq achei LINDO e muito, muito significativo! Ótima compra!
ResponderEliminarNossa, Carol! Puta texto e eu não encontrei expressão melhor pra dizer, rs. É engraçado porque depois de uma crise dos quase 20 eu entrei nessa fase. To com 19 e doei metade do guarda-roupa e agora estou num projeto de ficar 6 meses sem comprar. Eu sentia que tinha mais do mesmo e que sempre voltava pras peças do coração, desperdiçando uma grana. Mas eu vi que era uma grande influência da indústria: tenha isso, compra isso, pra ser isso. Mas aí eu vi que é ao contrário: seja isso, tenha isso e então compre isso. Eu ainda to numa fase de muita frustração de ver quanto dinheiro eu investi mal, mas que bom que isso aconteceu aos meus 19 né? Requer um grande desapego isso de viver com o necessário e querido, mas traz uma paz pro coração. E ler esse texto me deu certa quietude, porque vi que isso é internalização do que a gente está se tornando. Do mesmo jeito que me livrei das roupas que não refletiam minha personalidade, me afastei de gente que não contribuía e expectativas irreais. Eu queria mesmo é te dar um abraço agora e dizer: BRIGADA!
ResponderEliminarCarol, é sua cara! Sua cara!!! Tanto que antes de ler o post, quando vi a foto, achei que era uma criação sua! Ele tinha que ser seu, independente do material com o qual tenha sido feito...
ResponderEliminarNossa, a-do-rei sua reflexão. Gostei como você tratou bem da linha tênue entre "novo patamar de consumo" e de fato um significado profundo e bonito de maturidade na nossa vida. Concordo plenamente e desejo a nós todas uma feliz idade dos metais.
ResponderEliminarAdorei o escapulário e o texto, já tinha reparado que mudei meu modo de pensar quanto às relações pessoais e também às compras, mas não sabia que tinha até nome essa nova fase! hehehe
ResponderEliminarBjs
Pauline
também achei que era uma criação sua! é realmente sua cara! ah.. com certeza, também estou entrando na idade dos metais! :) Beijinhos!
ResponderEliminarQue coincidência! Outro dia comprei uma bolsa de couro na Dummond, e comentei exatamente isso com meu namorado "agora quero poucas e boas coisas. Esta bolsa é cara, mas vai durar dez anos. Não quero mais dezenas de bolsas baratas, que duram apenas um!". ~´E isso aí mesmo, chega uma hora em que aprendemos a dar valor a coisa mais duradouras. Como disse uma garota acima, pode ser um objeto ou até mesmo amizades: poucas, mas boas. Parabéns pelo texto!! Ana Paula
ResponderEliminarPresente! Estou exatamente assim, engraçado que peguei pensando sobre isso, quando vi que meus olhos já não brilham mais por qualquer coisa e sim por aquelas que embora mais caras podem durar até a vida toda, como uma joia por exemplo. Além de estar mais criteriosa com as compras, estou tmbm com a vida, com os planos. Amei o texto.
ResponderEliminarCarol,
ResponderEliminaradoro seus textos e seu blog! É tão original e pé no chão que é um um alívio saber que sou normal por não ter milhões de bolsas e maquiagens caras.
Acho super chato quem faz comentários idiotas, mas posso te dar um toque? Acho que vc escreve muito bem, mas já reparei que você confunde os "porquês". Acho que valia dar a dica que uso pra saber quando usar qual. É bobeira, mas eu traduzo pro inglês. "porque" = "because" (duas palavras - por + que/ be+ causa - juntas). "por que" = "why" (penso que são palavras pequenininhas hahaha). O mesmo serve qd usamos no meio da frase. Exemplo: não sei por que ela foi embora (i dont know WHY she has gone). Eu comi porque estava com fome (i ate because i was hungry).
Espero que ajude e que você não fique chateada! Só falei porque (because hehehe) é difícil mesmo e isso sempre me ajuda! Beijos!