CAROL • BURGO

De volta para casa

18 novembro 2021

Três anos sem escrever aqui. Não senti saudades, porque usei o Instagram para continuar escrevendo de uma forma mais prática e ágil do que subir posts no blog. Mas agora flerto com a ideia de voltar a manter este diário, porque é sempre bom ter um lugar só nosso mesmo. Um dia o Instagram pode desaparecer e com ele se vão inúmeros registros da minha vida, textos que tenho tanto carinho e que podem se perder num piscar de olhos. Por isso vou retomar este espaço e aos poucos vou postando aqui coisas que escrevi por lá, para não me perder de mim.

Nove meses

22 agosto 2018

Nove meses se passaram desde que escrevi o último texto aqui no blog. Daria pra ter nascido um filho nesse tempo. A verdade é que há muito tempo deixei de me sentir feliz escrevendo aqui. Não sei os motivos, já que sempre gostei de escrever e, secretamente, escrevo textos só para mim em cadernos e blocos de notas. 

Não sei se já comentei aqui, mas escrever me consome uma energia estupenda. Não escrevo com o intuito de passar superficialmente por qualquer assunto, escrevo para que, quem lê meus textos, se sinta verdadeiramente envolvido pela narrativa. Produzir textos mais densos demanda uma disponibilidade emocional que eu, confesso, fui perdendo com o passar dos anos. 

Escrever tornou-se cansativo e colocar em palavras meus sentimentos em relação a qualquer coisa, tornou-se um exercício complexo, porque os sentimentos também foram ficando mais complexos e emaranhados. Lembro que quando comecei este blog a linguagem era leve e superficial, focada apenas em descrever as peças do meu look de forma divertida. Com os anos fui lapidando minha escrita para um estilo que eu mesma gostava de ler: algo mais sensível, que captasse as diversas camadas de qualquer assunto. Do look do dia, ao batom, passando pelas viagens, tudo que eu escrevia precisava passar por uma peneira interior, filtrando as sensações, editando as palavras.

Estranhamente essa peneira foi ficando com buracos cada vez maiores e eu não conseguia mais filtrar o que queria escrever em cada post. Eram tantas sensações, tantas nuances, tantas perspectivas, que eu comecei a paralisar diante da tela em branco. Muita coisa pra dizer, pouco tempo pra fazer caber num pequeno post. A objetividade deu lugar a uma necessidade de aprofundamento tão grande, que eu me sentia engolida a cada texto. 

Parei de escrever de repente. Como se não fosse possível mais continuar aquela tarefa. Uma espécie de estafa criativa. Nunca me desfiz do blog, porque algo dentro de mim me diz que escrever sempre vai ser uma válvula de escape, mas abandonei as postagens por não saber mais lidar com a minha necessidade de dizer algo verdadeiro e relevante, nem saber como organizar minhas ideias sem me angustiar pela quantidade delas.

Por muito tempo fiquei com a sensação de que estava "devendo" textos à audiência do blog. As viagens que ficaram incompletas, os looks do dia que deixaram de aparecer por aqui, os drops de fim de semana resumindo tudo que eu vivia aos sábados e domingos. Tanta coisa mudou na minha vida, que eu não sabia nem por onde começar a escrever no blog novamente. Queria manter uma cronologia que estava tão cheia de lacunas, que nem fazia mais sentido. Então resolvi interromper tudo.

Deixei minha cabeça esfriar. Pensei que talvez eu devesse começar de novo, esquecer os posts que estou devendo, sem vontade de escrever, e escrever sobre qualquer coisa, só para não deixar a palavra escrita morrer aqui dentro. 

O blog ficou parado por 9 meses. 
O tempo de ter um filho. 
Hoje nasceu um texto.


.
Carolina

A gente se acostuma

13 novembro 2017


À primeira vista tudo é novidade. Mas aos poucos a gente se acostuma. Ao sol, ao cheiro, à paisagem, ao contorno do morro, à cor das flores, ao desenho da calçada. A gente nem enxerga mais a rua, o azulejo, o mar azul, a sombra dos coqueiros. A gente acostuma a vista e a vida a uma paisagem e perde aquele olhar de encanto do turista. Cada esquina era uma nova descoberta e em pouco tempo a alma não desperta mais para as belezas tão evidentes. Mas quando a gente resolve sair da inércia, aguçar os sentidos novamente, é como se tudo fosse diferente, o sol, o cheiro, a calçada, a paisagem e o gosto, quase um amor à primeira vista.

Look do dia pra curtir o fim de semana de praia e sol
Um passeio por Ipanema
Algumas belezas de Botafogo
Dourado grelhado com purê de batata baroa e tomates e palmito assados
Dupla de bruschettas do meu novo restaurante favorito: o Salomé Bistrô, no Leme

Um fim de semana que me despertou, de novo, para a beleza da cidade onde eu vivo.


Créditos do look: vestido Prosa (em breve estará à venda) | Bolsa: Mr Cat | Brincos: comprei no centro da cidade, em Recife | Cinto: garimpado num brechó | Chinelo: Havaianas | Batom: Russian Red da Mac