MODA: WHY SO BORING?

26 março 2015
#eikepreguiça

Lembram de um post que escrevi há uns tempos aqui no blog, sobre o efeito nuvem? Esse aqui. Resumidamente, no post eu falei sobre como as pessoas são impactadas pelas mesmas mensagens/movimentos/pensamentos, etc e como isso se reflete não só nos nossos desejos de moda, como em várias outras esferas da nossa vida. Então me surpreendi ao entrar ontem no blog da Dani e ler este post aqui: Abusei da moda! Nele Dani diz que perdeu aquela vontade louca de ir ao shopping ver as novidades de todas as lojas e que percebeu que a moda não tem trazido nada de novo e isso a deixou desestimulada. Curioso é que esse sentimento de "cansaço" já tomou conta de mim há meses e eu entrei numa crise bem parecida. Eu e Dani encontramos esse sentimento de enfado na enorme nuvem que paira sobre as nossas cabeças: a banalização da moda. (E com isto não quero dizer que a moda não deva ser acessível, ok????)

Eu estou nessa crise há meses e nesse tempo todo pude refletir muito sobre o assunto. Será que estou sendo crítica demais? Será que a moda virou mesmo um grande círculo infinito? Será que está tudo sempre igual? Será que não dá pra gente se reinventar e fugir um pouquinho dessa curva? Qual será o meu papel como blogueira? Qual a relevância da moda que eu apresento? Diante de tantas questões que poderiam minar meu próprio conteúdo, tive vontade de abandonar o blog, de parar de montar looks no automático, de viver sem "mostração". Mas escrever é, na verdade, o que eu mais gosto de fazer no blog, então mantive o coitado. É bem verdade que há tempos vinha sofrendo de um certo desgosto pela moda e ao tentar compreender o porquê dessa insatisfação, me deparei com uma verdade muito pessoal: eu não estava olhando para a MODA, eu estava olhando para blogs de consumo. Porque não é da moda que eu estou cansada, é do universo de quem  consome/reproduz receitas mastigadas. (daí eu ter pensado em acabar com o meu, por que talvez ele não tivesse relevância/informação de estilo suficientemente interessante).

Vou explicar: sigo vários blogs, muitos perfis no instagram e exceto 2 ou 3 pessoas que trazem algum conteúdo diferente, o que eu vejo em todos os outros é mais do mesmo. Não são meninas que exploram suas capacidades criativas, trazendo para a realidade um look de passarela (sem pagar pelo look de passarela, óbvio kkkkk), ou mostrando como criar um visual mais interessante pro trabalho, ou ainda valorizando suas curvas e contradizendo as regrinhas do manequim 36. São meninas que transformaram seus perfis em vitrines de loja, em cabides de marcas, em reproduções de lookbook. E é super legítimo anunciar marcas, ganhar dinheiro com isso porque afinal é o trabalho das blogueiras, mas precisa ser tudo tão parecido? A moda não oferece visões diferentes o suficiente? Oferece! Mas essas visões estão pulsando fora do circuito e muitas vezes a gente não enxerga/não curte/não consome/não procura/não vê (até porquê, ninguém é obrigado...kkkk).

Não sei vocês, mas eu fico angustiada de visitar dezenas de perfis e não ver nada que me traga um olhar diferente sobre a moda, sobre usabilidade, sobre irreverência, sobre sair do lugar comum e talvez seja essa a aflição de Dani. (daí que eu parei de visitar blogs de moda e foquei em visitar portais sobre o assunto) Não foi a moda que ficou cansativa e repetitiva, foram as lojas, as marcas, as pessoas que estão sempre reproduzindo as mesmas imagens, se tornaram cada vez mais iguais. Um sem fim de obviedades que nunca me surpreendem e sobre as quais eu sempre bocejo: "putz, de novo isso?" Por que, gente, dá pra usar as mesmas tendências de todo mundo e ainda assim ficar diferente. É só pensar fora da caixinha-capa-de-revista-capricho e fazer o exercício de sair do lugar comum. "Ah, Carol! Deixa de ser chata! Ninguém é obrigada a sair do lugar comum se não quiser!" Verdade. Mas também é verdade que é preciso saber diferenciar o que é gostar de moda, do que é gostar de roupa. E quem só gosta de roupa tende a consumir e reproduzir fórmulas mais fáceis, sem se dar o prazer do erro.


Incomodar no sentido de sair da nossa zona de COMODISMO, ok? Não no sentido de agredir. ;)

Pensem comigo: calças, blusas, casacos, vestidos...todas essas peças já foram inventadas há séculos. O trabalho de um estilista é reinventar em cima de formas já consolidadas. É inovar a partir de um formato enrijecido pela usabilidade. E se as grandes marcas conseguem fazer verdadeiras revoluções estéticas (vide McQueen!) em cima de modelos já estabelecidos, então nossa capacidade como consumidoras pode ser igualmente revolucionária, basta mudarmos nosso olhar. Com isto eu não quero dizer que todo mundo tem que sair por aí vestida de inseto. Apenas que, como ~formadoras de opinião fashion~, eu entendo que deveria ser essa a premissa de qualquer blog cujo assunto seja moda: trazer uma forma diferente de usar as mesmas coisas, seja qual for o propósito/ocasião. Porque vestir um conjunto de vitrine não é exatamente uma visão inovadora, é uma fórmula enfadonha que faz a gente ter a certeza de que a moda estagnou e que o mundo só nos apresenta as mesmas coisas, o que não é verdade. E, meu deus, como a gente precisa reciclar o olhar!

Desafio qualquer pessoa a entrar no style.com e ver todos os desfiles das últimas semanas de moda. Das marcas mais ~badaladas~ às menos conhecidas. Até pra quem nem gosta tanto de moda assim é um deslumbre. É uma descarga elétrica nos nossos sentidos. É a confirmação de que a criatividade humana é um dom sobrenatural. É a certeza de que a nossa missão no mundo deveria ser essa: criar! porque somos tão geniais nisso. Desafio a assistirem este vídeo aqui e entenderem o porquê de ser impossível a gente perder o tesão na moda. Nessa moda, claro. (porque moda de fast-fashion com escravos do Camboja não dá tesão em ninguém, que fique claro)


Assisti esse vídeo inúmeras vezes, como uma terapia mesmo, e foi assim eu voltei a amar este universo. Não como um "objeto" de consumo, mas como um trabalho artístico que deve ser reverenciado e contemplado com muita admiração. Às vezes a gente precisa entrar numa crise dessas para questionar e rever nossas escolhas, trilhar novos caminhos. Eu, por exemplo, usei minha crise para direcionar meu olhar de forma diferente, buscando criar looks mais arrojados, que explorem mais a criatividade do que a beleza em si, por que entendi que este é um caminho que ME agrada. E nessa crise eu descobri que a moda de verdade é como a arte: não precisa ser bonita, não precisa ser perfeita. Precisa causar algum tipo de sentimento seja de admiração, seja de estranheza, seja de ojeriza (e com isto eu não quero dizer que a gente tem que se vestir pra "causar" ou pra receber elogios), mas principalmente tem que ser um elemento de surpresa. Acho que é isso que falta nas araras da vida: menos padrão, mais emoção.


Ps: 1) É claro que o estilo de cada pessoa conta na hora de escolher roupas, mas até dentro do estilo mais simples (vide Jules Sariñana!, é possível sair do óbvio. 2) É claro também que uma pessoa que vai trabalhar no escritório usando terno, ou num campo de obras, ou em profissões menos flexíveis não tem a liberdade poética para inventar no look do dia, mas o texto é especificamente sobre o que as marcas e pessoas absorvem, repetem e reproduzem dos formatos deste universo. :)

Beijos, Carols
36 comentários on "MODA: WHY SO BORING?"
  1. Sou fotógrafa e vi isso acontecer comigo. Quando comecei a produzir comercialmente comecei a achar tudo boring e repetitivo. Acho que o caminho do objeto artístico é o que precisamos em diversos ramos que hoje são tão comerciais.

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  2. Por isso que já comentei aqui outras vezes que o seu blog é um dos poucos de moda que continuo acompanhando! Além de adorar os textos que você partilha, sou super fã do seu estilo e da sua criatividade na hora de montar as produções! Admiro exatamente isso, essa coisa de desenvolver um novo olhar pras roupas, ser mais criativo e ousado, ligar menos para o que os outros irão pensar do que estamos usando! É satisfação pessoal... isso é o que mais falta. Desenvolvimento de consciência critica, de estilo, de aplicação da personalidade na nossa forma de vestir. Aprendi e aprendo muito acessando seu blog! Continue exatamente com esse tipo de conteúdo que nos gera reflexões e nos permite pensar fora da caixa!

    beijos!

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  3. muito bom seu texto Carol. Te admiro muito por esse tipo de reflexão, pois a maioria só consegue mesmo copiar e seguir o que ditam ser o correto. Realmente tenho tido esse sentimento, sigo vários perfis e blogs e cansei de ver a mesma coisa.

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  4. Carol26.3.15

    O que sempre me pergunto quando vejo alguém propondo este tipo de discussão é: não houve sempre uma "massificação", uma onda boring nas lojas de fast fashion e outras populares (digo, lojas que vendem roupas sem ter um trabalho de estilista ali, sem ter um trabalho de criação mesmo)?
    E ao ler o seu texto, concordo completamente com você. Mas não sei se o trabalho de uma blogueira de "moda" (o que hoje em dia é meio difícil, já que tais blogs viraram sobre lifestyle) é "pensar fora da caixa". Acho que é esse o dever de um estilista, de uma marca. O dever das blogueiras é o de dar suas opiniões. CLARO que agora, que tem dinheiro envolvido nessa onda de blogs, sempre levantamos a questão de qual é exatamente a opinião dessas blogueiras. Mas, ainda assim, acho que o foco foi sempre "adaptar a tendência para as ruas", que nada mais é que "adaptar a tendência para uma imagem de vitrine que a maioria achará bonito e agradável".
    (Nos casos de exceção, como o da Tavi e da Susie Bubble, elas funcionam mais como críticas de moda do que blogueiras. Tanto que Tavi "saiu" desse mundinho e criou uma revista online)

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  5. Taí tudo que eu sinto também. Eu não sigo vários blogs de moda porque me cansam, de tão repetitivos que ficam. É muito mais do mesmo pra mim. E muitas vezes "mais do mesmo" que nem dá pra gente aplicar de verdade na nossa vida. Faz todo o sentido isso: pode ser comercial? Pode! Mas uma inovada não faz mal a ninguém, ver a mesma coisa sempre deu uma enjoada já. Nunca vi muita graça nesse consumismo de fast fashion que diz que "tem que ter" tal coisa e daqui um mês tal coisa já é ultrapassada, então me sinto decepcionada ao passar nessas lojas também. Falou tudo! www.simplesbela.com

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  6. Eu (que sou completamente leiga no assunto) me canso! O que as vezes vejo é muita gente tentando entrar nesse mundo sem nem mesmo saber do que realmente se trata, só por gostar de se vestir bem. Eu gosto de usar as coisas que vejo em algumas pessoas e combina comigo, gosto de me vestir, combinar ou descombinar, transmitir a minha personalidade nas minhas roupas. Mas (acredito eu) que não é o suficiente pra entrar nesse mundo, tem que apreciar, não apenas gostar. E tem muita gente que apenas gosta.

    Por isso o seu blog é um dos dois que eu acompanho, vejo que você realmente aprecia isso, não apenas gosta de se vestir e tirar uma foto de look. Parabéns pelo trabalho e ótimo texto!

    Super beijo!

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  7. Fabiana26.3.15

    Realmente é algo a se pensar!
    Se você pegar a coleção da C&A, Riachuelo, Leader e Renner, vai ver que todas estão seguindo o mesmo padrão: black&white, militar, franjas... Tudo bem, são as tendências da vez, mas precisam ser todas tão iguais? Confesso que não sou entendida de moda, que até estou louca pra ter uma daqueles casacos da coleção da Lalá Rudge pra Riachuelo, mas até eu consegui enxergar essa "irmandade" de um estilo só!
    Particularmente nunca fui de seguir tendências, marcas e tal (creio que até sou criticada por isso por conhecidos), mas só uso o que gosto, o que chama minha atenção. De forma alguma sou criativa no meu jeito de vestir, sou básica, comum, mas sinto que precisamos de mais ousadia nesse mundo fashion! E que bom que temos a Carols pra abrir nossa mente!
    Bjs!

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  8. Carols, beijo pra você!

    Sou consultora de moda, e pra mim hoje vale a pena acompanhar poucos blogs... Gosto do seu, o da Ana (HVAOff), o da Dani (Eu não sou Modelo!) e o da Tamy (de repente Tamy)... Se tiver mais algum nessa pegada me indica!!!

    Os demais, particularmente, são mais do mesmo!

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  9. Ei Carol!
    Sempre acompanho seus textos e me identifico demais.
    Essas vitrines online estão mega cansativas, a moda e a personalidade individual estão se perdendo
    em pról de vendas, e puro marketing.

    É difícil produzir algo diferente e que seja relevante sobre o mundo da moda quando o público não se atenta a isso e só quer saber de looks do dia e afins.

    Bem, eu acredito na reutilização! Acho que esse pode ser um dos caminhos do futuro da moda. E pensando nisso criei o projeto #365diasdebrechó. E ja estou a 60 dias sem consumir essa moda que suga nossa mente.

    Acho que você iria curtir a ideia do projeto, se quiser conhecer chega mais na garimpomag.com!

    Continue com seus textos, são ótimos, reflexivos e necessários!!! Tenho fé que com o tempo mais e mais mulheres irão abrir o olho e fugir desse cenário sufocante da moda.

    Beijo beijo Carol! :*

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  10. Júlia26.3.15

    Carol, mais uma vez seu texto me contemplou demais!
    Não mexo com moda, sou arquiteta. Mas sempre gostei de me vestir, de brincar com as próprias roupas e de acompanhar esse universo, e as vezes me pego até um pouco culpada por destinar meu tempo à moda, sabe? Justamente por esse sentimento... fico pensando "será que a moda é realmente tão fútil assim?". Mas não, é preciso ver posts, vídeos e fotos como você apresentou pra lembrar que moda é arte e vai muuuito além do que as pessoas estão transformando esse campo que poderia ser tão mais potente. Até com meio de transformação da sociedade, como forma de expressão... enfim, são tantas coisas e tão banalizadas.
    Por último, gostaria de saber quais são essas "2 ou 3 pessoas que trazem algum conteúdo diferente" para ver se me reanima a ler coisas sobre moda, por que atualmente só o seu mesmo, rs!
    Beijo grande

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  11. Então... Tem o que gosto de acompanhar (ilumina meu olhar, apesar de eu não entender nadica) e tem o que me deixa tonta... Como se eu olhasse um exército de soldados terracota (ou poderia dizer marsala rs)....
    Quando falam da cor pantone tenho algo bom com arrepios. O bom é que antes de todos eu tricoto uma peça em algodão e uso... Rs... Se a cor me favorece... Senão, só assisto o que vem. E quando a moda estoura de fato, guardo minha pecita, para usar quando todos não lembrarem mais.
    Os arrepios.... Tu podes imaginar, né? Parece que as criações travam. Era tudo marsala, agora é tudo grafico, tudo verde militar. Fica até dificil de encontrar algo que fuja disso. E roupas de festa? Pedi em lojas: não quero renda nem transparência (quase desfaleci a vendedora....)....
    :-/

    Me amarro no teu blog, escreva, fotografe,faça sinal de fumaça digital...

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  12. Monick Melo26.3.15

    Carols,

    sigo teu blog desde 2010 e já me inspirei em inúmeros looks, e quando digo "me inspirei" foi inspiração mesmo, vejo um look e quando gosto tento reproduzir com algo que eu já tenha e que o resultado final fique parecido, não corro pra ver marca, nem preço, apenas tento reproduzir o resultado final. Concordo demais com o que você e a Dani escreveram, hoje em dia só vemos mais do mesmo, mesmos looks, mesmos jargões fashions que me dá nos nervos (vide - look bapho, deuso, it girl, entre outros). Tenho um instagram (@monickmelo) e nele posto meus looks pra lembrar depois e repetir o que ficou legal (ou não né! kkk).

    Bem, você é uma das pouquíssimas blogueiras que ainda sigo e só espero que você não deixe de postar seus looks.

    Beijos

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  13. Carol, Carol, Carolzinha. Você foi um achado na minha vida e não tem noção disso. Ler e ver seu blog mudou tanto meu ponto de vista sobre o que visto ou como penso sobre estilo. Porque essa é a sua palavra: ESTILO, e é exatamente isso que sinto falta vendo outras blogueiras. Não que devemos ser engessadas e usar sempre a mesma coisa todos os dias (na verdade, podemos sim, se quisermos, rs), mas sempre acreditei que o caminho seria encontrar nosso estilo, respeitar quem somos, comunicar nossa essência. E você é tudo isso, o que falta por aí é autenticidade com o próprio eu, um bando de soldadinhas uniformizadas entediantes, produzindo outras soldadinhas uniformizadas. E mais acredito que a maioria das suas leitoras já romperam essa cerca, já aprenderam o que conta de verdade. Parabéns pelo texto.

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  14. Meu deus que preciosidade esse vídeo! Quero ser modelista da Dior agora! #comofaz =O

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  15. Sensacional! Nem sou tão ligada em moda assim e adorei o post :)

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  16. Carolinda, agora imagina o drama de quem pensa nessa linha e veste mais que 40!!! Não consigo mais comprar roupa! Tenho abuso de td, e qdo acho algo cd tamanho? E alem disso, passo em frente às lojas e lembro do envolvimento delas c escravidão e n consigo entrar. Ta puxado

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  17. Nathy26.3.15

    Carol diva!
    O seu blog me inspira todo dia!
    Seja pelos looks, pelas imagens, pelos textos.
    É o único que faço questão de olhar pelo menos uma vez ao dia (torcendo pra ter algo novo)!
    Nem vivo e estudo desse negócio de moda, mas acredito que a criatividade deveria permear todas as profissões.
    Principalmente a que quero seguir: educar, ensinar...
    Então, independente do tema do post, sempre tento absorver o que há de melhor, a mensagem por detrás, olhar como o post me toca, me acorda, me movimenta...

    Hoje usei de novo o famoso "pareô"! Me senti tão única, tão livre, tão eu, usando apenas um pano amarrado na cintura! E nenhuma saia da Zara (digo Zara, porque é fora da minha realidade, e eu acho as roupas muito bonitas) me faria tão feliz quanto eu mesma ter "feito" minha saia.

    Esse negócio de consumo está tão forte que já me percebi comprando roupa nem sei pra quê, nem sei porquê...
    WTF!
    Depois de te acompanhar, comecei a perceber que não preciso estar na "moda" pra estar na minha moda, pra me sentir bem comigo mesma, pra mostrar minha(s) personalidade(s).
    Então te agradeço por cada look, por cada post, por cada foto.

    Ah, e essa crise é proveniente da quaresma. Quaresma é tempo de crise. De se perceber numa encruzilhada e tomar conta de si, para onde você está indo, pra onde você quer ir...
    Crise é bom! Crise é boa! Faz a gente sair do automático.

    Beijos

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  18. Acho que todo mundo começou a seguir algumas fórmulas que deram certo e isso viralizou. É bem difícil, na verdade, produzir conteúdo inovador, seja na área que for, mas é um exercício que faço diariamente com o meu blog.
    :)

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  19. Mas como escreve bem essa menina. Texto rico em opinião e conhecimento. Concordo com você em tudo! E sim, eu demorei para abusar dessa moda, mas espero continuar pelo menos com o olhar mais seletivo quando a roda da criatividade girar e esse hiato acabar. Quero comprar menos é melhor. Quero pode explorar mais o que já tenho e com isso ficar mais leve.

    Parabéns, gata! Arrasasse. Beijão.

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  20. Emília26.3.15

    Oi Carol, acompanho seu blog há mais de 2 anos e tudo que vc posta desde os textos aos looks do dia sempre me fizeram sonhar, esquecer da rotina da vida. Não desanime, não desista, vc é muito criativa, inspiradora como artista e blogueira. Acredito e apoio a moda desde de sempre como forma de expressão da alma...já banquei a loka varias vezes, principalmente na adolescencia, quem nunca? Mas antes de conhecer seu blog andava desgostosa comigo porque, ao tentar seguir a moda, estava anulando meus sentimentos e foi exatamente nesta questão que seu blog me ajudou. Nesta moda tantas vezes óbvia estava faltando "interressancia" e isto é uma coisa que vc consegue dar a um look, uma peça, uma estampa como ninguém!!!! É um dom Carol não desperdice!!!
    Ah outra coisa, aquele casaco verde da cea quando vi na loja achei tua cara mesmo!!!
    Bjs !!!

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  21. Caroline27.3.15

    Clap, clap, clap, clap!!

    Você escreveu e disse: ha quem goste de roupa, ha quem goste de moda. Dai há quem admire, pare e reflita sobre o que se vê (de produção de arte e significado a fast-fashion) e, antropofagicamente, incorpore aquilo de alguma forma na mensagem que se quer publicar pro mundo. E consuma. Porque o que a gente escolhe mostrar, diz muito sobre o que a gente acredita, o que a gente quer dizer e o que a gente nao quer dizer.

    Obrigada pela generosidade em compartilhar essa inquietação. E olha só quanta gente também questiona?! :) Gosto desse movimento. Que suas palavras se espalhem por ai e façam muita gente parar, escutar e, pelo menos, prestar um pouquinho de atenção.

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  22. Priscila27.3.15

    Carol,
    Sou mais uma das suas leitoras que lê todos os seus post, mas nunca comenta.
    Na verdade, não sigo blogs de moda e encontrei o seu porque achava que você era uma artística plástica e ai comecei a ler e me interessei.
    Acho que esse seu post é um dos mais significativos, por a partir dele você fala de arte, não de moda.
    Adorei!
    Espero encontrar mais posts assim.
    Um abraço!

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  23. Debora27.3.15

    Carol,
    eu adoro o small por causas desses seus pequenos rompantes! adoro seus looks, mas meus posts favoritos sempre são os textos! Acho o conteúdo que vc faz circular muito bom - junto com o Modices são os blogs que mais acesso.

    Concordo com seu ponto, mas acho que a responsabilidade é mais do que quem cria do que das meninas que compartilham seus looks e acabam virando formadoras de opinião internet afora. A gente não consegue hoje ir ao shopping sem ver muitas vezes a mesma roupa em diferentes lojas...

    Sábado passado rolou um feira de novos estilistas na zona norte do Rio. Animei de ir e chegando lá, só me decepcionei. As mesmas roupas de novo e de novo, pouca criatividade, qualidade fraca e preços nada tentadores. E isso é uma coisa muito generalizada, dificultada especialmente pelo sistema de ensino da Moda aqui no Brasil.
    Não lembro bem onde li, mas tem essa diferença entre um estilista e um designer de moda. As faculdades hoje são de design, meio que descendentes da bauhaus e do modernismo (indústria! pré-fabricado! produção em massa!). A palavra "design" já carrega em si essa coisa que remete direto ao desenho industrial.. enquanto o Estilismo, que aqui no Rio a gente nem acha, tem essa coisa mais autoral, da criação de um estilo de fato (esse pensamento me veio muito aleatoriamente, então me faltam muitos embasamentos pra essa teoria que sai da raiz das palavras - e que já foi feita muito melhor por alguém, só tenho que lembrar quem/onde rs).

    Discordo só do momento em que vc categorizou moda X roupas, pq rola essa tríade roupas X Moda X estar na moda.
    Pq quem foca em roupa e Moda (assim mesmo, com M maiúsculo e força artística) se preocupa sempre em consumir informação da boa (como eu vejo vc fazendo) e acaba, hora ou outra, se preocupando tb com acabamento, modelagem, toque do tecido... Mas quem quer estar na moda, seguir tendência, acaba não pensando nada de novo/interessante e gerando esse mais do mesmo interminável, que a gente vê por aí (e, claro, consumindo muita coisa com prazo de validade curtíssimo, tanto de tendências quanto de durabilidade).

    Parabéns por estar sempre indo na contramão do fácil, tanto aqui quanto na Prosa! Sou fãzona do seu trabalho! :)

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  24. Nacha27.3.15

    Sempre (sempre!!!) que eu vejo esse tipo de vídeo escorre uma lágrima. Se explica, em parte, o motivo de serem tão caros. Pouca tecnologia, muito conhecimento, especialização e AMOR. Tem noção de quanto tempo se leva para fazer? Não tem como ser "barato". Você explicou isso muito bem em um post anterior sobre um pedacinho da Prosa. Isso não pode acabar nunca, isso é MODA. Não é a cor do ano, a tendência ou o que a Zara faz. São essas pessoas, o talento e dedicação delas que fazem a moda. Parabéns à Chanel que soube enxergar isso e comprou a grande maioria dos ateliês no intuito de preservá-los. Pena que não é acessível à grande maioria. Nem tinha como né rsrsrsrs
    Parabéns Carol por sempre mostrar o outro lado, por mostrar que moda é diferente de consumir roupa. Nada contra o consumo, são só lados diferentes.

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  25. Vanessa27.3.15

    Carol, admiro seu blog e sua maneira de pensar, mas tem uma coisa que me deixa em dúvida do seu pensamento com relação às fast fashions. Entendo todas as críticas que você faz a essas lojas, com relação ao preço, cópias e também com trabalho escravo, mas ainda assim, mesmo com comentários "duros" sobre as empresas, você ainda consome Zara, que já foi comprovado trabalho escravo,não é um pouco contraditório?

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  26. Carol Burgo27.3.15

    Oi Vanessa! sim, é super contraditório. Gostaria mesmo era de ser rica o suficiente pra só comprar marcas autorais maravilhosas, mas não é o caso. Eu poderia só comprar roupas em feiras, roupas artesanais, mas simplesmente não curto o estilo e pior: eu sei que uma marca (mesmo q autoral) com roupa barata demais, que tem um tecido barato demais, arrumou esse tecido barato numa empresa que importa da China (trabalho escravo de novo). Então é difícil não consumir nada que não tenha um passado bemmmm vergonhoso. Também morro de pena dos abatedouros de gado e da exploração animal e no entanto como carne (mesmo podendo viver tranquilamente com outros alimentos). Também acho uma escrotice as fábricas na Índia que praticam salários que mal dá para a sobrevivência de um ser humano e, no entanto possuo o computador da apple, o iphone da apple e tantos outros eletrônicos que são fruto do trabalho escravo de várias pessoas. E aí? faz como? a gente se desliga do mundo e vai viver na montanha, tricotando as próprias blusas? Por que todas as lojas de fast-fashion têm um passado podre. Enfim...é uma m*rda de mundo, essa é a verdade. :(

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  27. Gabriela Neiva27.3.15

    Oi Carol!!
    Mais do que claro pelos "coments" acima que todas nós mais do que te "vemos" em poses e roupas , que pouco importam se sao: c&a ,renner , topshop, farm, Osklen ou Armani /YSL..
    A gente te lê!!
    Você pode perder a inspiração para criar moda , mas não pare de escrever!!!

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  28. Raiane28.3.15

    Eu não sei nem expressar de forma correta o que tu representa pra mim. Guria, tu és incrível!

    Não sou tão ligada em moda assim, mas como sou muito expressiva no meu jeito de viver e falar, acho interessante te acompanhar, pq abre minha visão pra muita coisa.

    "Mas também é verdade que é preciso saber diferenciar o que é gostar de moda, do que é gostar de roupa."

    Eu tenho nojo desses perfis de moda. O teu vai além disso, por isso sou fã. Eu realmente gostaria de te abraçar um dia e tentar passar nesse abraço todo meu carinho por ti.. Com palavras já vi que não vai ser possível!

    Abraçoooo!

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  29. Simone29.3.15

    É por essa e por outras que vc é uma das únicas blogueiras que acompanho diariamente. Pra me inspirar, não quero gente que cai no closet de grife e sai por aí fazendo cara de rica. Quero roupas com histórias, conteúdo, alegria. Quero gente, quero emoção! Beijos, Carol!

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  30. Mikaella Mota30.3.15

    Essa sensação de preguiça "da moda" me abateu a uns 6 meses! Minha vibe consumista - que antes era intensa- diminuiu a quase zero. Oocorre que o que me fascina na moda é pode falar algo pro outro sem abrir a boca, só com minha roupa, e tudo que eu andava dizendo era:"olha aqui gente, só igual as 25 blogueiras que você viu no seu feed essa semana"! Então eu digo que essa preguiça foi a melhor coisa que me aconteceu!Hoje mais me importa meu corpo confortável e bonito do que usar a tendência do mês! E eu continuo me inspirando, mas minha inspiração hoje vem muito mais de gente normal que vejo na rua usando algo de um jeito que eu nunca usei do que fulana com um casaco novo de tal marca! O refúgio que você acho no trabalho artistico dos estilistas eu encontrei nas ruas em gente diferente e divertida. Acho que são maneiras diferentes com o mesmo intuito, não deixar o amor pela moda morrer ( apesar de parecer controverso e correr o risco de desmentir o texto todo que escrevi, tenho que falar que você é o tipo de gente normal usando roupas como eu nunca pensei em usar que me inspiram - mesmo sendo blogueira)

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  31. Não somente as fast-fashions.
    Vimos o escândalo da M. Officer, Le lis blanc e ATÉ BO.BÔ utilizando mão de obra escrava ou análoga.

    Posso ir mais fundo ainda.
    Minha mãe bordou biquínis, jeans e vestidos uma época (idos dos anos 2001/2002, quando era ~moda).
    Ela ficava hoooooooras e hooooooooras fazendo aquele trabalho de formiguinha, que exige paciência e dedicação, para ganhar R$2,50, 3 reais a peça...
    Quando dava MUITO TRABALHO era 5 reais.

    Mas daí você vai na loja comprar e ouve "ISSO É BORDADO A MÃO! O passarinho canta, o peixe nada, e o vestido bordado custa mil reais. "

    O trabalho manual e artístico deveria ser mais valorizado sim, mas bordadeira que cobra 20 reais por um serviço que tem quem faça por R$5, não tem serviço.

    Onde eu quero chegar?
    Que enquanto eu tiver condições de comprar somente e tão somente em fast-fashions ou afins, DESCULPE MUNDO, mas continuarei.
    Até porque, só porque uma peça custa mais que algumas centenas de reais, não quer dizer que ela tenha um passado limpo e florido.

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  32. iasmini lourenço31.3.15

    Ola Carol!!!!
    Muito boa a sua citação...
    Já parei pra pensar nisso. Quando comecei a pesquisar sobre blogs, vi que a maioria das blogueiras usavam as mesmas coisas. E de tanta andança pelos blogs da vida conheci outros legais onde passou a ser minha revista diária. Gosto de gostos diferentes. E hoje tenho os meus preferidos... Amo o Modices, Rio Etc, Fashion Melon, Julia Faria(não é o meu preferido, mas gosto de apreciar) e claro o Small Fashion Diary.
    Quero dizer que esses blogs citados me deram um olhar diferente pra moda, não me deixando orfã. hahaha
    Quero lhe parabenizar pela matéria, só assim me alivio por não ser só eu pensar assim...
    Pra outras coisas me contento com o Pinterst... Melhor que o Blog da Thássia...hahahaha
    Bjs!!!!

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  33. Mariana Medeiros23.4.15

    Oi, Carol! Já acompanho o teu blog há um certo tempo, mas acredito que nunca comentei aqui antes. Primeiro, lindo trabalho! Tanto o blog em si, com textos bem escritos, diretos e concisos, como as fotos, a Prosa, tudo! Parabéns mesmo!

    Quanto ao assunto em pauta: bem, eu venho de uma família em que o senso crítico foi superestimado. Tanto eu, como minha irmã, minha mãe e até meu pai (!) sempre tivemos gostos peculiares quanto à moda, e sempre fomos criteriosos nas escolhas, de modo que nossas escolhas sempre tiveram um traço muito pessoal. E isso é engraçado, porque gera algumas reações inesperadas, como: (1) nunca ninguém achava que realmente éramos da nossa cidade - só pra constar, nasci e me criei em Campina Grande, PB, e hoje vivo em Recife; (2) as pessoas sempre nos acha(va)m esnobes quando respondíamos onde comprávamos nossas roupas, porque ou (a) foi em lugar distante, que visitamos em uma viagem maluca, ou (2) nós fizemos, compramos em um lugar inusitado. Mas enfim, sempre lidei bem com isso!

    A gente também sempre gostou de ler sobre história da moda, de onde vieram as "modas" que ditam as épocas, os porquês das coisas... e isso deixa também nossas escolhas com uma "interessância" a mais, pelo menos no nosso ponto de vista... hahahah

    Quando começou o boom dos blogs, me senti mais em casa, porque vi que existiam mais pessoas que tinham gostos "fora do padrão", e me entristeci quado percebi também essa tendência cíclica da moda, essa coisa de achar tudo muito igual, de achar as blogueiras iguais etc. etc. Parei de seguir muitos blogs e blogueiras, e deixei o trabalho com a minha intuição mesmo. Por outro lado, continuei a seguir quem eu considero mais autoral, e nesse "bolo" incluo gente como você, a Denni Elias do Chic Muse, Thássia Naves (! Nossa! das poucas brasileiras que tá neeeeem aí pro que os outros pensam das escolhas dela!) entre outras poucas.

    E olha, vou te falar, que pelo menos uma vez por mês alguém elogia minhas escolhas! Seja com cabelo, roupa, sapato, acessório... enfim, alguma coisa! Os comentários sempre giram em torno do mesmo tema: "você não se veste como todo mundo"! E isso dá sede de continuar sendo criativa, de usar o que eu gosto e que me faz feliz!

    Uma pequena ressalva aqui: sou advogada, trabalho em ambiente formal, mas isso não me impede de ser criativa. Pelo contrário! Consigo me destacar em meio à profusão de calças sociais e terninhos esquisitos. hahahahah

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  34. Mariana Medeiros23.4.15

    Ah! peço desculpas antecipadas por repetições, coisas mal escritas ou afins. Escrevi na correria aqui, no intervalo pro cafezim da tarde hahahah

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  35. […] também andam escrevendo sobre o tema, é o caso da Amanda Dragone com esse e esse post, da Carol Burgo, da Carla Lemos do Modices e das meninas do Girls With […]

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