• Não, não é o seriado. Não, não é um texto real. Sim, é zuêra, ma friends* •
Uma
das coisas que aprendemos desde cedo, como meninas nascidas e criadas
numa sociedade machista e paternalista, é que a preferência nacional
masculina é peito e bunda, não necessariamente nessa ordem. Não é o
cabelo, ou a orelha, ou os pés e sim aquelas quatro esferas de tamanhos
variados que nascem à frente e atrás do nosso corpo e por conta das
quais sofremos grande pressão psicológica no decorrer de toda a nossa
vida, em geral por culpa do julgamento de beleza de outras mulheres. Mas
o que nós nunca supomos é que a testa, esse espaço vazio entre as sobrancelhas e o couro cabeludo, pode ser o mais novo ponto de atração
do sexo oposto (e agora quero ver quem vai malhar a testa na academia).
À descoberta desse advento da natureza deu-se o nome de The Big Bangs Theory, ou a Teoria Das Grandes Franjas, em tradução livre (Herbert Richers).
Uma pesquisa recente do Instituto de Antropologia e Comportamento de Oregon,
nos Estados Unidos, descobriu que a testa feminina tem um poder de
sedução igual ou superior a qualquer outra parte do corpo onde se possa
usar lingerie de renda francesa da melhor qualidade. É que a testa, este
planalto craniano onde apenas vemos acumular rugas com o passar dos
anos, é responsável pela nossa imagem de independência, segurança, inteligência,
e todas essas coisas que assustam os homens em geral e atraem somente
alguns em particular. Por isso mulheres poderosas e chefes de estado
mundo afora (candidatas à presidência, inclusive) não cobrem suas testas
com franjas. Elas deixam-nas expostas para mostrar o quão testa de ferro
são, assumindo que o poder feminino está ali, à vista de todos, bem no
topo da sua incrível envergadura.
Claro que este estudo não faz muito
sentido, por que se a testa descoberta é sinal de segurança e
inteligência e a maior parte dos homens se assusta com isso, onde está a
coerência de se sentirem atraídos pela testa? Não sabemos. A pesquisa é
inconclusiva e nós não compreendemos os homens anyway e vice-versa. Mas então o que acontece quando decidimos, deliberadamente, cortar uma franja super moderninha, fashion, descolada e atual
e cobrir nossa testa? O que acontece, minhas caras leitoras, é que a
população masculina atraída por aquela linda testa que exibíamos com
displicência, simplesmente desaparece.
Não sei em que momento aconteceu
este fenômeno, mas de repente a testa assumiu o papel do decote profundo
e, digamos, uma franja é a nova gola rolê. Nossa
imagem de mulher independente, ousada e empreendedora, dá lugar à figura
infantil, desastrada, inocente e emocionalmente despreparada, dos
contos de fadas. Em vez de fearless bitches, somos automaticamente confundidas com adoráveis teletubies amarelos
e, em poucos dias percebemos que as crianças olham mais para nós que os
boyzinhos. E que as velhinhas subitamente querem nos adotar no meio da
rua. E que a vizinha agora abre o portão pra gente passar. E a atendente
do café não quer mais cuspir na nossa fatia de bolo. E a cobradora
do ônibus responde o nosso bom dia às 6 da manhã, sorrindo.
S-O-R-R-I-N-D-O.
- O que seria da personagem Summer, de 500 Dias com Ela, sem essa peculiar franjinha desequilibrada e destruidora de corações?
Numa pesquisa de campo na Universidade de Michigan,
a cientista social Penny Wolowitz empreendeu uma experiência empírica
de observação do comportamento masculino em relação a uma única mulher,
que desfilaria seus cabelos pelo campus, com e sem franja.
70 homens entre 18 e 32 anos foram analisados e suas reações à franja
foram surpreendentes. 68 dos 70 não perceberam que a mulher com franja
passou ao lado deles num minivestido florido. Ao prender a franja e
deixar a testa exposta, esta mesma mulher recebeu 59 olhares ao passar pelos mesmos homens. Penny concluiu que a
franja feminina produz o mesmo efeito que desfilar com um saco de papelão, o que simplesmente não atrai o sexo masculino, nem mesmo quando existe um minivestido florido em questão. "Não olho para mulheres com cara de criança" Afirmou Leonard Cooper, um dos participantes do experimento.
É certo que, em geral, franjas rejuvenescem os mais cansados semblantes. É certo também que 90% das suas amigas e outras mulheres vão dizer que sua franja está incrível e "por quê você não cortou seu cabelo assim antes?" É certo que 90% das mulheres adora franja e que 90% dos homens, não.
E é justamente aí que reside o amor feminino pela franja: ver uma
mulher de franja é ter a certeza que estamos diante de um ser inofensivo
e fofo, que não oferece riscos à sociedade e, consequentemente, não
oferece riscos a nós, fêmeas alfas, que competimos umas com as outras de forma horrorosa.
Uma
franja é a materialização da inocência e a confirmação de que aquela
pessoa é emocionalmente incapaz de praticar a ~vilania~ da sedução,
sendo também inapta a retirar mais um exemplar masculino do mercado. Claro
que isso tudo é aprendizado guardado no inconsciente, tal como é
inconsciente a insegurança que sentimos ao ver uma linda mulher
num vestido vermelho passando ao lado dos nossos bofes, mas é válido
para entender o poder da franja para homens e para mulheres.
Assim é
comprovado que franjinhas são infantis e, por isso, partimos do
pressuposto que qualquer tentativa de paquera com franja será frustrada. Consequentemente,
as chances de um homem comum, descendente direto do cavernoso Homo
Sapiens, que continua alimentando no inconsciente a tara pelo velho e
bom cabelo grande, farto e desgrenhado, com ares de crina de cavalo,
retribuir a nossa paquera usando uma franja é...bom, mínima.
Todo
este raciocínio nos leva à conclusão de que, antes de pensarmos em
aumentar os seios ou malhar muito nossos glúteos na academia mais
próxima, antes de aumentar o decote das blusas ou diminuir o comprimento
das saias para, sei lá, começar um tosco e autodepreciativo ritual
machista-pós-moderno de conquista e acasalamento, podemos considerar
despir completamente outra parte do nosso corpo muito mais interessante e
incrivelmente sedutora: a testa.
•
*Esta
publicação é uma paródia da vida cotidiana que apresenta dados ficcionais. Nasceu de uma observação sem fins
científicos, totalmente baseada em experiências ultraexageradas e
pessoais. Contudo o texto não corresponde 100% às opiniões da autora do
blog, uma vez que esta possui... FRANJA.
•
Tá sem fazer nada?
Você é uma figura, Carol!! Já adorava como você consegue traduzir fatos cotidianos em crônicas incríveis e super engraçadas!! Brincar com os dados científicos e ainda relacionar com o empirismo da coisa, foi fantástico!! Super sua fã!!Por mais crônicas aqui no blog e pela volta da Frida Sofridaaaa!! Abçs
ResponderEliminarCarol, nunca comentei aqui, mas eu só tenho a dizer que : escreva um livro, por favor! hahah Seus textos são maravilhosos e engraçados, adoro!
ResponderEliminarahahahahahahahaahaha Peny Wolowitz e Leonard Cooper... ahahahahaahahaha
ResponderEliminaramei o texto!!
beijos
Laura (tenho franja - rsrs)
hahahaha senti EXATAMENTE isso quando cortei franja! E foi o que comentei com minha amiga: mulher faz franja pra mulher. E foi o que pensei quando você cortou a sua também (bem quanto eu estava na fase de arrependimento por ter cortado a minha e olhava suas fotos e "nossa, como a Carol é gata and sexy"): CARA, PQ ELA FEZ ISSO???
ResponderEliminarMulher de franja é bonitinho. Na opinião das outras.
Beijos.
outra franjada aqui comentando! Me senti bem assim quando cortei minha franja, um ser inofensivo. Mas quer saber, adorei! Adorei, me senti mais bonita e muito mais jovem! uahauhauh
ResponderEliminarCarol, vc me mata d rir!!! Isso deve ser verdade pq meu namorado agora qnd corto franja e minhas amigas elogiam....hahahha
ResponderEliminar*adora
ResponderEliminarkkkkkkk...amei o texto!!! Já usei franja e comentei com o meu marido que estava pensando em adotá-la novamente. Resultado: um mini escândalo seguido por uma promessa minha de jamais utilizarei uma franja. Até porque, segundo ele, eu fico muuuuito mais bonita sem franja!! rsrsrsr
ResponderEliminarConcordo muuuuito! Cortei a franja semana passada e de la para ca so escuto" eita, que cara de menininha!!!" Estatistica mais que comprovada!
ResponderEliminarCarol, vc é um ser brilhante! Please, escreva mil livros! Bjs
ResponderEliminarAh sim, a primeira imagem ficou muito linda, adoraria uma tee assim. Bjs
ResponderEliminarQuando que vc vai começar a escrever livros.....voce escreve bem demais, criatura.....tem que ser escritora profissinal....peloamor
ResponderEliminarAdorei o blog e como você escreve, mas quero levantar um ponto que acho que faltou... tenho uma franja lateral, todos sempre falam que eu tenho cara de meiga, mas eu não sou menininha, sou bem mandona até kkkk, e gostaria de dizer que a pessoa pode ter franja, ou não, independente da conquista, deve ter o cabelo que quer ter pq gosta dele assim, do mesmo jeito que a Juliana falou, ela sentiu essa diferença mas se sentiu bem. É isso que importa. Além que só nós mulheres sabemos o quanto gostamos de mudar, um dia estamos mais fofas, no outro mais sexy, depois estamos irritadas até com o ar que respiramos, no outro amamos até o pio do passarinho que te acorda toda manhã.... é bom mudar, e é melhor ainda a gente estar feliz com essas mudanças :D
ResponderEliminarHahahaha muito bom!
ResponderEliminaraguardando ansiosa pelo livro <3
Nossa, Carol! Esse texto foi um tapa na minha cara HAHAHAH eu sempre usei franjinha e me sinto exatamente assim! (e ainda tenho olho claro, ou seja, sou frequentemente comparada à Zooey, principal referência do post)
ResponderEliminarAté meus colegas de trabalho homens, por exemplo, sempre me descreveram como no post, "ser inofensivo e fofo". hahaha eu já tinha reparado em quase tudo que você apontou, mas nunca ia imaginar que teria um estudo por trás disso!
Ainda brinco que a testa como ponto de atração não se aplica a mim, que tenho testa de ET, então a franjinha já virou parte da minha identidade! ahahaha
Rindo horrores sozinha na frente do monitor 8D
ResponderEliminarPor favor, escreva um livro! Esse foi o melhor post que já li aqui e olha que já devo ter lido quase todos, entre muitos outros muito bons!
Carol, você ahaza muuuito nos textos. Investe nesse teu lado cronista e vira a nova Martha Medeiros (versão com franja) HAHAHAH
ResponderEliminarontem cortei uma franja, dps de muito pensar exatamente sobre isso, ja que sempre achei que minha cara era bem mais séria antes da bendita franjinha kkkk decidi que foda-se e que eu preciso gostar do que esta na minha cabeça, ou mais especificamente ~na minha testa~ ignorei o fato de ter um redemoinho bem na frente do cabelo, cortei e hoje dei de cara com seu texto kkkkk muito bom!
ResponderEliminarCarol, estou impressionada com sua escrita, tá cada dia melhor! Seus textos são deliciosos e fluídos. Ontem li sua carta de amor no instagram, coisa maravilhosa!
ResponderEliminarAcompanho seu blog há tempos e de uns meses pra cá seu semblante tem transmitido tanta satisfação, alegria, tudo muito lindo e inspirador.
Parabéns!
Carol, gata, esquece as estatísticas. Mulher é sensual and poderosa quando quer, tenha franja ou não! hahahaha
ResponderEliminarE contrariando a pesquisa, passei a receber muito mais cantadas e viradas de pescoço depois que cortei minha franja, lá em 2007. Depois disso até tentei passar um tempo sem franja, mas em olhava no espelho e não me reconhecia sem ela, aí cortei de novo. E tô muito mais feliz, ainda que meu marido diga que sim, eu pareça mais menininha. hahahahaha Como já disseram lá em cima, a questão é se sentir bem com o que ver no espelho. E danem-se as pesquisas!
Beijos
Hahahha já tenho cara de novinha e sou baixinha, e sábado passado ainda decidi que ia sim cortar franjinha...to adorando e meu namorado curtiu também.
ResponderEliminarE sua franja é uma graça, me deu coragem de fazer a minha rs.
VOCÊ É FODA!
ResponderEliminarApenas te entendo muito. Tenho 1,50 de altura, 22 anos e reconheço: meu rosto fica melhor de franja do que sem, mas usá-la me deixa com cara de quem tem 15 anos e eu não gosto disso. Meu namorado é altíssimo, barbudo e mais velho do que eu (o que fica ainda mais aparente pela barba dele e pela minha cara e tamanho de criança) e eu simplesmente odeio ter que responder a pergunta "é seu pai?". O único momento em que pude ter franja sem parecer criança foi quando tive cabelo pixie, mas aí é porque eu não parecia inofensiva, eu parecia um menino! Aprendi a me maquiar e "adultesci" meu estilo justamente quando cortei o cabelo extremamente curto e parecia que toda a minha feminilidade tinha ido pro ralo.
ResponderEliminarHoje, preciso deixar meu cabelo crescer e tenho considerado franjinhas... Com medo, mas tenho. Apenas esperando o cabelo assumir uma forma definida e é quase certeza que corto uma. Vou me sentir um pouco mais escrava de delineador, salto e batons fortes pra parecer mais adulta, mas é muito difícil fugir disso quando você acaba, na verdade, ficando mais bonita!
hahahahahaahahahahahahahah!! ADOREI!! Aahahahahhahahaha
ResponderEliminarRindo litros. E é por não querer atrair olhares que corto minha franja! Huhuhuhu!
ResponderEliminarÊ lelê...mesmo que as estatísticas e pesquisas e até a maioria dos comentários sejam confirmando esta triste realidade das mulheres de franja...conto aqui minha experiência com a dita... em 2008 depois de um fim de relacionamento desastroso...em um momento de surto (quase psicótico...) passei a tesoura e fiz um franjão assim como o seu... assumir a franja naquele momento foi um grito de auto afirmação...vi minha personalidade se fortalecer com aquele corte de franja, me sentia confiante, determinada e capaz de seguir e tocar minha vida...louco, mas acho que a franja me ajudava a dizer: sim essa sou eu goste quem gostar!!!!! Sempre achei q para "ter um corte" de cabelo é preciso personalidade, atitude, ousadia e a franja representou isso pra mim!!! Resumindo..logo depois do fatídico corte .conheci um rapaz...e hoje ele é meu marido!
ResponderEliminarHahahah, muito bom Carol! Sempre usei franja na adolescência e quando entrei para vida adulta, relutei durante ANOS em cortá-la novamente com medo de parecer muito infantil e, consequentemente, menos respeitada no local de trabalho! Confesso que quando conheço pessoas novas por conta do trabalho elas já me olham com aquela cara de 'essa aí é estagiária ainda...'
ResponderEliminarConcordo com a sua teoria maluca, viu!
Beijos
isso, passa um dia sem ler o blog mesmo... vc escreveu ontem e eu cortei hj! hahahahahahaha
ResponderEliminarmaaaaaaaaaaaaaaaas, eu sem franja não fico igual à bey... então whatever! devo ter cara de menininha insegura de qqr jeito kkkkk (mesmo sem franja a galera sempre acha q sou mto mais nova)
amo seus textos ;)
hahahaha. Adorei o texto!!! Parabéns!
ResponderEliminarOlá, tenho franja desde 2012 e não concordo cm mt coisa, (infelizmente, pois na maioria das vezes odeio) costumo chamar muita atenção na rua. Uso por conta da minha testa grande, mas as vezes bate uma vontade enorme de tirar, só que fico horrível sem, ela tem esse poderzinho de me transformar total kkk adorei o post
ResponderEliminarÓtimo texto Carol, e eu que sempre odiei franja em mim (minha mãe me obrigava a usar quando era criança e minha libertação foi o dia em que meu pai disse que eu tinha o direito de cortar meu cabelo como queria hahaha, isso com uns 10 anos) agora tenho mais um motivo para não adotá-la.
ResponderEliminarIncrível o texto, Carol! Muito divertido. Estou rindo horrores, sozinha em casa, com minha testa descoberta e dominadora. hahahahaha Muito legal. Faça outros assim. Será um sucesso, na certa!
ResponderEliminarBrigitte Bardot tá aí pra provar exatamente o contrário.
ResponderEliminar