Capri: o luxo do mediterrâneo

30 outubro 2017

 Já passava do almoço quando finalmente pegamos a lancha saindo de Positano para Capri. No caminho nos deliciamos com o azul profundo do mediterrâneo e comprovamos que sim, cada mar tem sua cor. Nossos olhos nunca ficaram longe da costa italiana. A geografia do lugar é um presente para quem viaja para Capri. 

Ao chegar ao porto central da ilha muitos outros barcos atracados nas águas transparentes decoram o mar enquanto os turistas desembarcam com suas malas. Capri, ao contrário de Positano, não mostra sua grandiosidade para quem chega e a parte "rica" da ilha não é à beira mar. De longe Capri parece discreta, quase uma vila de pescadores, mas ao adentrarmos pelas ruas começamos a encontrar a beleza deste paraíso no Mediterrâneo.


Tínhamos apenas 2 dias para aproveitar a ilha e por isso tratamos de pegar um taxi no porto direto para a nossa pousada, a Vila da Zara. Um casarão espetacular relativamente próximo à Marina Piccola, uma das poucas praias de Capri. Na Vila da Zara fomos recebidos por uma criada. Sim, gente, era uma criada como aquelas dos filmes, com farda azul e aventalzinho branco. Achei meio estranho, porque em todos os lugares que fomos até então, ninguém estava vestido de farda. Mas lá estávamos nós sendo recepcionados pela mulher que não falava inglês. 


Achei a Vila da Zara muito bonita à primeira vista. Uma ampla varanda com vista para o mar, um lindo jardim acompanhando as escadas de acesso à casa, ladeado por budas e elefantinhos de pedra e um hall de entrada verdejante, com vasos de plantas exuberantes. Mas à medida que fui entrando na casa em direção ao nosso quarto, fiquei um pouco chocada com o verdadeiro museu que tinha ali dentro. Muita, MUITA mobília antiga, bibelôs, mesas em prata, chifres de marfim, estátuas, quadros antigos, uma gigantesca gaiola com um periquito e um sem fim de artefatos visivelmente muito valiosos. Uma casa de colecionador de arte e antiguidades. 

No nosso quarto, mais coisas antigas e um pesadíssimo terço de madeira maciça pendurado perto da cama. O café da manhã da pousada, sem comentários. Simplesmente terrível: uma cesta de bolachas secas e croissants empacotados, desses de supermercado que tem gosto de plástico, com geleia empacotada e um café bem BEM ruim. Achei aquilo meio bizarro, mas fiz vista grossa ao mausoléu e ao café decepcionante, porque queria mesmo era aproveitar a estada nessa ilha incrível.


Descemos a estrada a pé, da Vila até a Marina Piccola, uma pequena praia da ilha onde turistas disputam um pedaço de "pedrarias". kkkkk Tanto em Positano como em Capri, a maioria das praias não tem areia e sim pedras vulcânicas bem polidas, mas que doem bastante os pés. E foi nessas pedras que nós deitamos para pegar nossos primeiros raios de sol em Capri. 


Já era fim de tarde quando saímos da praia, comemos em um restaurante lá perto (mas nada muito especial) e fechamos um passeio de barco para o dia seguinte pela manhã. Capri tem poucas praias, como já mencionei e por isso elas costumam ser bem cheias durante o dia. Se você quiser aproveitar o mar azul só pra você, ou você faz um passeio de barco ou nasce milionário, compra um iate e passa o dia inteiro desfrutando da ilha sem nem precisar colocar os pés nela. Eu e Igor optamos pela primeira ideia (na falta de poder escolher o iate kkkkkk). Compramos um passeio de 2h de barco para o dia seguinte, que dá a volta à ilha e custou cerca de 150 euros. 

Não compramos com antecedência. Fechamos por lá mesmo, numa barraca na Marina Piccola.  No dia seguinte fomos aproveitar a manhã no barco, visitar a Grotta Azzurra e tirar um milhão de fotos fantásticas que mostraremos aos nossos netos. 


O passeio de barco foi maravilhoso e visitar a famosa Grotta Azzurra foi incrível. Esse é um dos pontos turísticos mais cheios da ilha e fica situado em Anacapri. É uma gruta onde a pouca luz que entra nela deixa o mar com um tom de azul fluorescente lindo. Para visitar a gruta é preciso sair do barco para outro barquinho menor onde nos deitamos para passar pela minúscula entrada da gruta. Se você negociar uma gorjeta com o barqueiro, pode até mergulhar lá dentro. Eu e Igor mergulhamos e foi massa. O mais incrível é que os barqueiros que estão passando dentro da gruta começam a cantar juntos, ecoando as vozes bem entoadas nas paredes escuras do local. Foi uma experiência mágica e eu tenho pena que tenha durado tão pouco tempo. Coisa de 5 minutos. 

Depois de darmos a volta a toda a ilha de Capri, descemos novamente na Marina Piccola, pegamos um ônibus e subimos para o centro de Capri para desbravar o local a pé.


Capri é uma ilha cheia de turistas com muito dinheiro pra gastar por lá. Tem uma rua inteira cheia de lojas de marca de alto luxo: Chanel, Hermés, Valentino, tudo com coleções impossíveis de vestir naquela ilha hahahaha (ou sou eu que não tenho costume de riqueza né? kkkk), então tudo é caríssimo e a quantidade de iates milionários espalhados pelo mar ao redor da ilha não nega essa fama. 

Mas apesar disso Capri mantém um aspecto pitoresco que faz a gente se sentir bem no local, mesmo que nosso bolso não esteja no patamar do luxo da ilha. hahahah Foi muito gostoso passear pelas ruazinhas do centro e visitar o Jardim de Augustus, que dispõe de uma das vistas mais espetaculares da ilha.

vista do Jardim de Augustus
Via Krupp, que desce até o mar, mas estava fechada quando fomos

Depois da visita ao jardim, corremos para experimentar os sucos de laranja e limão que fazem tanto sucesso por lá. Sucesso merecido, porque não existe laranja mais gostosa do que a do Mediterrâneo!! A bebida ideal pra refrescar do calor.


Por fim, conhecemos a Carthusia, a mais antiga perfumaria de Capri que conta com inúmeros produtinhos com fragrâncias deliciosas: sabonetes, lipbalms, perfumes, aromatizadores de ambiente, velas, óleos corporais, entre outros, tudo com fragrâncias do mediterrâneo. Um dos poucos lugares onde compramos lembranças nessa viagem. A Carthusia é uma loja linda, que dá vontade de comprar tudo que tem ali dentro. Todas as embalagens são lindas e os produtos são incríveis. Comprei um sabonete e um lipbalm de limão siciliano pra mim e um aromatizador de ambientes pro nosso quarto. Só amor.


Ao fim do dia resolvemos jantar num restaurante muito lindo que encontramos enquanto passeávamos pela cidade, o Le Camerelle. Infelizmente não tivemos muita sorte com nossos pedidos e terminamos a noite com uma conta altíssima pra pagar e um gosto de "absolutamente nada" na boca. Em toda a viagem acho que Capri foi onde tivemos as piores experiências gastronômicas porque as poucas refeições que fizemos na ilha foram caras e ruins. Portanto nem me dei ao trabalho de registrar.

Look pra ir jantar no restaurante ruim: vestido Isabela Capeto garimpado num brechó 
amorzin
Capri foi um lugar que eu e Igor fomos completamente sem referências de bom e de ruim. Foi tudo no achismo, apenas pela paisagem mesmo. O lugar é lindo, mas definitivamente só voltaríamos se fôssemos muito ricos e tivéssemos dinheiro e tempo sobrando. Apesar das falésias deslumbrantes, do lindo jardim que visitamos e dos presentinhos comprados na Carthusia, a verdade é que Capri não foi, para nós, a melhor experiência da viagem. Mas valeu a pena tomar aquele suco de laranja delicioso, ver os limõezinhos espalhados pela ilha e aproveitar aquela manhã de riqueza navegando pelo mar azul. 

Fomos embora da ilha no dia seguinte e pegamos novamente a lancha, desta vez em direção a Napoli. De Napoli pegamos um trem rápido para Florença, a próxima parada desta viagem.

Dicas e Considerações


1 / Capri é uma ilha cara. Preparem os bolsos.

2/ Capri tem pouquíssimas praias. As mais famosas são Marina Grande, Marina Piccola, Faraglioni e Farol de Punta Carena. A maioria delas tem 2 áreas: uma gratuita pra quem quiser deitar em cima das pedras e outra com cadeiras e ombrelones que são alugadas aos turistas (cerca de 15 a 20 euros por pessoa, bem caro mesmo)

3 / Pagando ou indo de graça, todas essas praias são bem lotadas. 

4 / No porto de Capri existem passeios pra todas as praias e para a Grotta Azzurra. Ao chegar na Grotta, você ainda tem que pagar cerca de 14 euros para o barqueiro que te leva pra dentro da gruta e mais uns eurinhos por fora, se quiser mergulhar lá dentro. Não indico este passeio para quem tem muita claustrofobia, pois você passa deitada na barca, quase raspando na pedra e desemboca dentro de uma gruta bemmmm escura.

5 / O horário ideal para ir na gruta é até umas 13h, porque o sol incide de forma mais "luminosa" dentro dela na parte da manhã. 

6 / Em Anacapri tem um teleférico no topo do Monte Solaro que desce a ilha e proporciona uma vista incrível! Queríamos muito ter ido, mas estava fechado.  

7 / Chegamos em Capri de lancha e saímos de lancha também, sem precisar comprar nada com antecedência.

5 comentários on "Capri: o luxo do mediterrâneo"
  1. Me senti em Capri, que especial acompanhar essa viagem! Espero os próximos posts :)

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  2. Amando os posts Carol! As fotos estão incríveis! Obrigada por compartilhar com gente ♡

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  3. Realmente Capri é caríssimo... mas a paisagem compensa! Eu amei esse lugar! Estou adorando suas narrativas da lua de mel...

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  4. Fernanda31.10.17

    Adoro teus posts e impressoes de viagem: tudo sem frescura, você é gente como a gente.

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  5. Eu gosto assim, surra de fotos!! kkkkkkkk

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