Imagem original daqui |
E quando eu digo "hoje", esse hoje é todos os dias. Cada vez que eu acordo e abro os olhos. Acordar é uma espécie de nascimento, uma saída de um estado latente para um despertar consciente. Nasci mulher. Todos os dias eu nasço mulher e ao nascer eu tive uma sentença de vida decretada: "você não tem esse direito."
Ontem li esta matéria, o primeiro passo para a criminalização de todo tipo de aborto no Brasil, sob a justificativa de que é preciso garantir o direito à dignidade da vida humana e que essa vida começa na concepção e, portanto, mulheres grávidas de estupradores, mães com risco de vida, mães carregando bebês anencéfalos, poderão ser criminalizadas pelo aborto, pela violação ao direito à vida, caso esta PEC seja aprovada na Câmara.
Deitei no meu travesseiro e chorei. Não de tristeza, mas de revolta, de raiva, de ódio, de impotência. Chorei por mim e pelas mais de 3,5 bilhões de mulheres no mundo que nasceram com a mesma sentença que eu: "você não tem esse direito". Chorei pela estimativa de que mais de 400 mil mulheres são abusadas no Brasil por ano, mas que apenas 10% dos casos são denunciados à polícia. Chorei por saber que 70% dessas mulheres são, na verdade, meninas e adolescentes e que 89% das mulheres estupradas são pobres, de baixíssima renda e pouquíssima educação. E que 15% desses casos existem dois ou mais abusadores envolvidos e que em 70% dos casos são homens conhecidos ou próximos da vítima. Chorei por saber que 90% das mulheres tem medo de ser estupradas. Que eu tenho medo de ser estuprada.
Você, mulher, não tem direito ao próprio corpo. Você, mulher, não tem direito à dignidade humana. Você, mulher, não tem direito à vida. Mas para nossos deputados, o feto gerado do teu estupro, do teu trauma, tem. Você não tem o direito de decidir se quer ou não prosseguir com a gravidez. Você pode morrer no parto, de uma gravidez aos 12 anos, mas teu feto, que nem nasceu, é mais sagrado que você. Você pode parar seus estudos para cuidar de um filho, enquanto o pai da criança te abandona, porque teu feto merece um futuro, mas você não. Você pode sacrificar sua vida para criar um filho anencéfalo, porque a vida quase vegetativa dele, vale mais do que a sua. Porque você, mulher, não tem direito de escolha. Teu corpo é público, é do homem, da sociedade, da guerra, do machismo, da religião e de quem mais quiser te violar.
Diante de mais um golpe aos direitos femininos, eu chorei de raiva por todos os outros direitos que me foram usurpados no exato momento em que eu nasci e pelo único motivo de nascer mulher.
O primeiro deles: a minha voz. Aprendi as primeiras palavras aos 10 meses, precoce. Mas aos poucos percebi que eu não tinha direito a usar minha voz como eu bem entendesse. Não. Dos meus lábios delicados não podiam sair palavrões, nem afrontas ao frágil ego masculino. Não podiam sair respostas ao machismo, nem aos comentários nojentos que eu escutava na rua, porque além do corpo, meus ouvidos também podiam ser violados com xingamentos. Minha voz serviria apenas para proferir palavras boas, sem revolta, domesticadas. E sempre que eu quis me fazer ouvir numa sociedade machista, o mundo me colocava no meu lugar: você é reativa, revoltada, EMOCIONALMENTE IMATURA, mimizenta, feminazi, esquerdopata. Como se minha dor não fosse válida, porque, por lei, ela não é.
Depois eu chorei pelo meu corpo. Esse âmago de pele, osso e músculo que é um prato servido a quem quiser devorar. Um corpo que aos 7 anos recebeu o primeiro assédio sexual vindo de um velho, fato que me emudeceu e me envergonhou e me fez achar que a culpa era minha. Um corpo que só teve coragem de contar pra própria mãe o que aconteceu, quando já tinha 30 anos de idade. Porque a voz, essa voz que eu perdi tão cedo, nunca encontrou forças pra assumir tal violência. Um corpo que ouviu da própria mãe: "quase todas as mulheres da nossa família também já foram abusadas." Dito com uma naturalidade chocante, como se a norma da vida feminina afinal, fosse o abuso.
Depois eu chorei pelos meus ouvidos. Chorei por todas as vezes que um corpo feminino foi julgado pelos homens, pela mídia, pelas próprias mulheres. Todas as vezes que uma mulher foi xingada pelas suas escolhas, tolhida pelas suas vontades, desrespeitada em praça pública ou privada, criminalizada por não querer ou poder ter um filho. Chorei pelo dia que escutei a namorada de um cara dizer que a menina estuprada por 30 homens "procurou" aquilo porque ela andava com bandido. Chorei por cada piada machista que meus ouvidos foram obrigados a ouvir. Chorei de ódio por cada chefe que se aproximou de mim pra me dizer que eu deveria ser mais leve ao confrontar suas ideias machistas.
Depois eu chorei pela minha liberdade: de ir e vir em paz. De saber que vou sair de casa intacta e voltar intacta. De não (fora) temer que meu corpo seja violado. Chorei porque escolho a roupa que eu posso usar quando estou acompanhada do marido e a que eu posso usar quando estou sozinha. Chorei porque um dia vesti uma saia de oncinha e me chamaram de puta. Coloquei silicone e me chamaram de puta. Fiquei com quem eu queria e me chamaram de puta. Respondi macho escroto na rua e me chamaram de filha da puta. Afinal, mamãe também é do ramo.
Depois eu chorei pelo meu futuro: aquele que nunca chegou. Porque me sentia inteligente e capaz, mas os cargos de chefia quase sempre são dos homens. Porque me dediquei e trabalhei mais que todo mundo, mas enfrentei egos masculinos e nunca recebi uma promoção de cargo na vida, ao contrário, fui demitida. Porque estudei mais, me esforcei mais, batalhei mais, trabalhei mais horas, mas diversas vezes fui chefiada por homens menos preparados que eu. Porque usei a minha voz pra defender o que achava certo e justo e fui calada todas as vezes, afinal, perdi a voz cedo, lembram?
Depois eu chorei por outras mulheres. Aquelas às quais não foram dadas opções de vida a não ser a realidade diária do abuso físico, emocional e psicológico desde a mais tenra idade. Aquelas que nasceram em condições de pobreza extrema, falta de educação e oportunidades. Aquelas para as quais o machismo, o racismo e a misoginia são o prato do dia, self-service, sem balança. Aquelas para as quais a violação do seu corpo é algo NATURAL, pois é a única realidade que conhecem. Aquelas que morrem nas clínicas clandestinas de aborto, porque nosso estado "laico", legislado por homens, impregnado por religiões que representam apenas a si mesmas, e desprovido de mulheres no poder, defende que a vida delas vale menos que a de um feto.
Depois eu chorei pela falta de informação. Aquela que diz que o feminismo não é necessário, porque "eu quero ser dona de casa", sem nem perceber que, o simples fato de você poder "querer" alguma coisa, poder ter essa escolha, já é uma vitória conquistada pelos anos de luta feminista. Chorei por todos aqueles comentários do G1 que falam que o mundo tá chato, que tudo é mimimi e vitimismo, porque parece que bom mesmo, era quando mulher tinha que apanhar calada do marido. Chorei por todas as justificativas religiosas para "defender a vida humana", quando a própria religião mata e estupra tanta gente pelo mundo em nome de qualquer deus, há séculos. E chorei pela dificuldade que as pessoas tem em entender que: se você não quer abortar, não aborte. Mas não obrigue outra mulher a seguir o que VOCÊ acha certo pra VOCÊ. Por fim, chorei por cada homem dando pitaco na vida das mulheres, supondo suas necessidades, regendo nossa vida com pontos de vista criados a partir de seus próprios pênis e simplesmente assistindo ao nosso sofrimento sem fazer NADA, mesmo concordando que talvez a gente até mereça um pouco de dignidade.
Os homens que defendem a criminalização do aborto, são os mesmos que estupram as mulheres, abandonam os filhos e até pagam o aborto quando não querem ser pais. Os homens que defendem a dignidade da vida humana de um feto, são os mesmos que querem ver um bandido morto e não se importam quando uma criança de 9 anos é vítima de bala perdida dentro de uma favela. A bala e a bíblia andam juntas e tem alvos em comum. A vida só tem valor dentro do útero da mulher, ainda que ela seja a alma sacrificada. Fora dela, qualquer criança pode ser abusada, assediada, estuprada, abandonada e morta, afinal, ela já nasceu e isso que importa. A "dádiva" de gerar um filho é, na verdade, uma obrigação. Não é escolha da mulher (ainda que o feto dependa 100% do corpo dela pra viver) e a cada dia que passa, a cada notícia que eu leio, eu vejo que minha voz, meu corpo, meus ouvidos, minha liberdade e meu futuro estão em jogo.
Nascer mulher é uma luta diária. Inglória. Um desamparo.
Nossa vida não é sacra, nem digna, nem humana. Não é nossa.
A nós foi nos dado o direito ao silêncio, à passividade, à condescendência.
A nós foi dada apenas uma opção: meu corpo, suas regras.
Agora eu choro de dor. Uma dor incapacitante na alma e no corpo. Por mim, por todas nós. Porque não sei aonde vamos chegar. Choro de medo porque sinto que ganhamos batalhas de um lado e perdemos inúmeras do outro. Criminalizar (ainda mais) o aborto é só o primeiro passo para um feminicídio ainda maior. É um retrocesso sem precedentes. Onde tantos lugares avançam em políticas de amparo à mulher, de equidade de gêneros, de promover meios legais das mulheres abortarem sem perderem suas vidas e apoio psicológico para aquelas que decidem ter os filhos mesmo depois de estupradas (afinal elas são livres para DECIDIR), outros tantos dão vários passos pra trás, criando leis medievais que subjugam o corpo feminino às vontades sádicas do patriarcado e da religião, ignorando completamente que, antes de qualquer feto, qualquer "direito à vida", tem que existir DIGNIDADE HUMANA PARA A MÃE. Esta mulher ESTÁ VIVA E PRECISA que essa vida seja digna.
Eu, Carolina Burgo, estou à beira de um colapso. Sedimentando raiva e revolta por cada coisa que perdi na minha vida e por todas que ainda vou perder só por ser mulher. Nos últimos 2 anos tive momentos em que me abstive de ler notícias trágicas e passei a assistir apenas vídeos de cachorrinhos bebês e ovelhas de pijama, porque deixei de conseguir ser feliz. Tive depressão. Chorei, perdi a vontade de viver, de escrever, de pintar. Porque todos os dias morre uma de nós. Uma de nós é estuprada. Uma de nós, todas nós. Nesses últimos 2 anos mesclei momentos de profunda anestesia com outros de incrível revolta. Briguei, fui grossa, retruquei comentários machistas, desci o nível, fiz inimizades. Em outros momentos calei, adormeci, chorei escondida, fingi que não vi, me abstive de pronunciar minhas opiniões. Me afastei de pessoas que não consideram minhas dores nem as dores do próximo, evitei pessoas com pensamentos machistas perto de mim, gente que defende personagens tóxicos como Bolsonaros e Felicianos, gente que defende a ditadura, gente que defende qualquer pensamento que possa nos privar AINDA MAIS da nossa liberdade, da nossa humanidade.
Debati, me informei, li livros que me mostraram realidades femininas muito diferentes das minhas, aprendi a ser mais empática, entrei em grupos onde mulheres se ajudam a suportar as dores da alma e do corpo umas das outras, porque nós sabemos que as primeiras vítimas de qualquer tipo de opressão, violência e usurpação da liberdade são sempre, sempre, SEMPRE, as mulheres. E hoje vim aqui despejar minha revolta, meu descontentamento, minha profunda infelicidade pelo que está acontecendo no Brasil (e em tantos lugares do mundo), porque não é possível que minha influência só sirva pra falar de looks e viagens. Pelo menos aqui, neste espaço, eu tenho voz.
Eu sei que esse texto vai gerar uma provável onda de ódio, afinal é muito difícil aceitar que uma mulher tenha o direito à liberdade, à dignidade e ao seu próprio corpo. E sei que hoje não é um bom dia para ser mulher, mas também sei que não é um bom dia para ficar calada.
que texto maravilhoso
ResponderEliminarSão muitos choros e muitas dores doídas. Sou portuguesa, li (te) e identifiquei-me com as tuas palavras. Tens toda a razão: não é um bom dia para ficar calada! Um abraço e parabéns pelo texto, ainda que preferisse que não tivesse de ser escrito e que a realidade que ele conta fosse ficção.
ResponderEliminarCarol, chorei! Obrigada por traduzir em palavras tudo que sinto. Estamos de luto, estamos sem voz. Precisamos de mais mulheres com voz como vc! Vc é incrível!
ResponderEliminarObrigada.
ResponderEliminarQue texto maravilhoso mesmo! Gracias por compartilhar. Senti-me contemplada por cada palavrinha e sentimento expresso aqui. Estamos juntas, Carol. No amor e na dor de ser mulher. Resistamos, resistimos!! <3
ResponderEliminarAchei perfeito. Carol, vc fica com raiva de todos os homens quando pensa isso tudo? Pq eu fico! Com muita! E não estou sabendo lidar com isso...
ResponderEliminarfico. com raiva de todos, até do meu.
EliminarCarol, eu compartilho a mesma dor com vc. TB tento ser anestesiada por vídeos de bichos , mas esse assunto é extremamente revoltante para não me envolver. Somos mulheres e devemos ser solidárias umas com as outras. Devemos manter nossa dignidade acima de tudo!
ResponderEliminarTexto maravilhoso! Ótima reflexão.
ResponderEliminarArrepiada! Você como sempre sendo maravilhosa por dentro e por fora
ResponderEliminareu quero muito que o MUNDO TODO leia esse texto, obrigada por falar o que todas temos vontade, obrigada por nos dar o mínimo de voz, muito obrigada por esse texto!
ResponderEliminarCarol, muito obrigada pelo texto!! Fizeste-me chorar.
ResponderEliminarQuero ressaltar que ser mulher, seja talvez, o melhor que ha em mim! E enquanto existirem mulheres a que acreditem na DIGNIDADE HUMANA, no Amor, e no LIVRE ARBÍTRIO, haverá ainda esperança de um MUNDO MELHOR. Espero ter um dia filhos melhores para deixar para o mundo!! :)
Obrigada.
Parabéns pelo texto, pelas idéias, por esclarecer aquelas que nem sabem o quanto sofrem tdos os dias !!
ResponderEliminarSeu texto é perfeito !!
Te acompanho desde os tempos de Recife pra hoje ler o seu melhor post, o seu melhor texto. Me identifico muito com os seus sentimentos. Beijos, Fran
ResponderEliminarSuas palavras expressam todos os meus sentimentos. Obrigada! Muito obrigada!
ResponderEliminarTexto maravilhoso! Falou tudo o que penso e sinto! Com certeza vou recomendar e compartilhar!
ResponderEliminarFabi
www.fabianacorrea.com
Obrigada por não se calar e usar um dos poucos espaços onde (talvez) a mulher possa ter voz.
ResponderEliminarImpressiona como esse tsunami reacionário nos impacta. Se antes eu reagia com raiva, debate, intensidade, hoje parece só haver letargia. A vida política se desdobra pra dentro da gente e, a cada direito que me tiram, parece que tiram também de dentro do meu peito força pra gritar, brigar, exigir o que é meu. É tão frustrante, angustiante, paralisante.
ResponderEliminarO que hoje não me sai da cabeça é minha incapacidade de agir, de reagir com a força que cada ação assombrosa dessas nos ataca. Leio, estudo, converso e parece que me sinto mais imóvel à medida que entendo melhor a altura do poço em que estamos metidas.
Queria produzir, criar, resistir e parece que não tem inspiração, não tem energia pra isso. O mundo parece uma máquina em plena potência dirigida a tirar todo dia um pouco mais de quem já não tem. De mim, tiraram a esperança, a inspiração.
De onde você tira, Carol, força, energia, disposição pra seguir adiante?
Obrigada pelas palavras, Carol, juntas somos mais fortes.
ResponderEliminarCarol, quanta verdade. Li seu texto, e me vi em cada linha. Já passei pela depressão, pela revolta, pela raiva dos homens e pelos vídeos de gatinhos fofos tb. A melhor solução até agora foi me cercar de mulheres (e homens, pq sim, eles existem!) com pensamento igual ao meu (nosso), para manter acesa a esperança de que ainda existem pessoas sãs no mundo. Se por um lado temos Bolsonaro, de outro temos cada vez mais grupos de Sagrado Feminino, mulheres falando sobre feminismo, pensando sobre feminismo e exercendo o seu direito de escolha - apesar de tudo. Lembre-se apenas disso: você não está só.
ResponderEliminarCarol, você traduziu com muita dor o que passamos. E ao desabar junto contigo lendo esse texto, percebi algo importante em tudo isso: a dor é comum mas a força também é. Acredito que apesar de todo esse fardo que é ser mulher desde sempre, carregamos também uma força bruta que nos impulsiona a não desistir, a insistir. Porque a cada direito arrancado de nós, a cada silenciamento também há resistência. Por conta dessa resistência não nos calamos. Gritamos, escrevemos, nos manifestamos, por nós, pelas nossas mães e avós, por todas.
ResponderEliminarQue essa raiva nos impulsione, Carol. Que nos fortaleça e nos una. Só nós conhecemos essa dor e só nós conhecemos a força que podemos ter também.
Obrigada por escrever e por não calar.
Estamos juntas.
Parabéns pelo texto corajoso e verdadeiro! Compactuo dos mesmo sentimentos.
ResponderEliminarÓtimo texto, necessário.
ResponderEliminarEstou nessa fase de só ver videos de cachorrinhos fofos pra tentar aguentar. E me pergunto o que posso fazer? O que, como mudar isso? Me dá uma angústia só de pensar...
Que texto bonito. Embora não seja para ser bonito...
ResponderEliminarDe facto é bastante duro ser mulher. Desde sempre. Moro em Portugal e aqui a interrupção voluntária de gravidez é permitida até a décima semana de gestação a pedido da grávida; até às dezasseis semanas em caso de violação ou crime sexual (não sendo necessário que haja queixa policial); até às vinte e quatro semanas em caso de malformação do feto; em qualquer momento em caso de risco para a grávida ou no caso de fetos inviáveis. Mas isto só aconteceu em 2007. Antes vivíamos sem voz também (e ainda vivemos em outras situações) Pode não ser o ideal, (talvez haja necessidade de alguns ajustes, não sei) mas julgo que foi um passo enorme para que o assunto seja visto e tratado com a dignidade que merece. Mas isto devia de ser no mundo inteiro. E é triste que alguém tenha o direito de decidir por nós, pelo nosso corpo. Isso também me revolta. Hoje e sempre não é um bom dia para se ser mulher, mas ainda bem que pelo menos aqui neste mundo livre (internet - com tudo de bom e de mau né?) é um ótimo dia para não se ficar calada.
Carol, te acompanho há pelo menos 3 anos e sempre te admirei sem nunca comentar aqui. Que texto emocionante, você resumiu toda nossa dor com tamanha sensibilidade, que só fez aumentar minha admiração por vc! Que nossa revolta e indignação não nos deixe calar e não abandonemos a luta!
ResponderEliminarOnde mesmo que a gente vota na Carol para presidenta.
ResponderEliminarEu tô simplesmente apaixonada por vc, pela sua coerência e por se posicionar tão firmemente sobre um assunto tão necessário. Me sinto exatamente como vc, com raiva, ódio e esse sentimento de impotência constante.
ResponderEliminarCarol, obviamente, todas compartilhamos da mesma dor. Obrigada por esse texto. <3
ResponderEliminarFico com raiva de todos, até do meu². Porque eles nunca, nunca, nunca tiveram que se afirmar na sociedade para exercer o direito à dignidade, apenas por nascerem homens. Enquanto nós, mulheres, sofremos desde que nascemos com esse indicativo de que precisamos o tempo todo pedir licença para existir e ter um mínimo de direitos nesse mundo, apenas por sermos mulheres. Que ódio.
ResponderEliminarCarol, parabéns!
ResponderEliminarQue texto maravilhoso, fico muito feliz de saber que o que sinto é real (não sou louca), que o futuro é incerto e assustador, que as coisas estão piorando e que tem mulheres sentindo isso também (exatamente TUDO que tu escreveu).
Tem dias que não consigo lidar, me revolto, quero gritar, mas não tenho voz, na realidade tenho medo da minha própria voz e as consequências que minhas palavras irão causar na minha a família, com os amigos, namorado, chefe, colegas... e é isso que é ser mulher, é viver com medo, viver reprimida, viver revoltada ou tentando não VER a realidade.
Mas tens razão, hoje não é o dia para ficar calada! obrigada por proporcionar este espaço maravilhoso aonde me sinto livre para ser mulher.
Carolina,
ResponderEliminarÉ isso. Obrigada pelo texto.
Sobre ler e chorar a cada palavra.
ResponderEliminarObrigada por descrever os meus sentimentos com suas palavras.
Alias, quando foi um bom dia para ser mulher?
Tremi aqui lendo esse texto, Carol. Uma avalanche de realidades, todas muito tristes. Tá um dia péssimo para ser mulher e brasileira e olha, acho que todos os dias são um pouco. A gente está entrando em uma onda conservadora que não dá sinais de fraqueza em um futuro próximo. Acho que, qualquer dia, voltaremos à Idade Média.
ResponderEliminarMe senti representada no seu texto, na sua indginacao, nas suas lagrimas.
ResponderEliminarA luta eh pros fortes e juntas somos mais fortes.
Gostaria de não precisar ler esse texto por estar vivendo num mundo de igualdade, justiça, direitos sendo preservados, vozes sendo ouvidas. Mas não tenho outra saída. O que escreveu foi o grito de muitas gargantas que estava entalado e sufocando. Dói saber que, de uma forma ou de outra, ainda estamos aqui para "servir". Meu sonho é que a maioria acorde - sim, por incrível que pareça, muitas de nós ainda dão sua anuência para essa situação - e juntas possamos impor a vontade, respeito e igualdade goela abaixo dos que continuam querendo nos calar. Parabéns pelo texto, em meu nome e das mulheres de minha família e do meu círculo. Que esse texto não se limite à essa sítio apenas, mas que percorra o mundo como nosso grito de repúdio e liberdade. Obrigada! Christianie Glória
ResponderEliminarO melhor texto que eu já li nessa internet! Te amo Carol!
ResponderEliminarSua indignacao eh minha, suas lagrimas sao minhas, seus medos sao os meus.
ResponderEliminarA luta eh pros fortes e juntas somos mais fortes.
Parabéns pelo texto. Simplesmente perfeito. Jamais teria coragem de abortar, independente da circunstância, mas fiquei muito triste com a notícia. Acredito que isso deve ser uma decisão de cada mulher. Como você disse: "se você não quer abortar, não aborte. Mas não obrigue outra mulher a seguir o que VOCÊ acha certo pra VOCÊ".
ResponderEliminarRealmente, hoje não é um bom dia para ser mulher e o mais triste é perceber que talvez amanhã também não seja.
Bravo, brava!
ResponderEliminarQue texto maravilhoso e doloroso...obrigada por me dar voz
ResponderEliminarCarol parabéns pelo texto e mais ainda por dá a cara a tapa. Como você disse o texto é polemico e você foi forte o suficiente de expor sua opinião, ou melhor o seu sentimento.
ResponderEliminarVamos juntas, Carol. Só assim somos fortes.
ResponderEliminarTexto maravilhoso e certeiro! Espero q não se importe de eu ter compartilhado no fb.
ResponderEliminarExcelente e necessária essa reflexão Carol. Texto foda!
ResponderEliminarCarol, teu texto falou por mim, me tocou, me fez chorar mais do que eu já estava chorando. Mas quero te dizer uma coisa, sou cristã e sou feminista, muitos julgam isso impossível, grande engano.
ResponderEliminarEstou quase me formando em teologia e a cada dia que passa tenho mais certeza que a Bíblia não é o problema, o grande problema são os homens que por toda a história se apropriaram dela para subjugar as mulheres. Mulheres essas que por vezes acreditam ser inferiores e não aprenderam a lutar pelos seus direitos.
Seu texto é ótimo, seu sentimento vem de encontro com o meu, mas não conseguiria dormir sem te dizer que nem todos são Felicianos, existem cristãos e cristãs que lutam pelo direito das mulheres.
Hoje é mais um triste dia para ser mulher, mais um dia em que preciso me envergonhar por aqueles que professam a mesma fé que eu, mas porém só pensam em si mesmos.
Um grande abraço, com muito carinho.
Olha, tenho amigas cristãs feministas e, apesar de eu achar muito incoerente, porque seguem uma biblia que é machista em sua essência, eu respeito suas crenças e fico feliz que elas encontrem uma forma de equilibrar sua fé cristã com princípios feministas. Não compreendo a dinâmica, mas respeito. Um grande abraço pra vc!
EliminarSem palavras, Carol. Texto potente demais! Temos que nos apoiar...! Já estou compartilhando!
ResponderEliminarQue tiro!! Que maravilhoso!!! Estou grávida de uma menina, e ouvi outro dia "vc vai ter que aceitar se ela escolher não ser feminista" respondi que é uma questão de sobrevivência e não de escolha!!!
ResponderEliminarpqp!!!! esse texto deveria ser lido obrigatoriamente por todos os brasileiros, todos. Nas escolas, nos presídios, nas ruas, nos estádios (todo homem só poderia entrar pra assistir o jogo do seu time depois que lesse esse texto), nas igrejas, enfim, na porra toda. posso compartilhar no meu fb? com a infeliz certeza que só mulheres lerão... tá bem difícil ser mulher mesmo! muita admiração por vc!
ResponderEliminarSinta-se abraçada, Carol! E choramos juntas! Obrigada por não se calar! #nenhumaamenos
ResponderEliminarCarol, é verdade o desigual tratamento dado às mulheres, mas discordo quando você cita a Bíblia. Nela, as mulheres não merecem ser xingadas, estupradas, violentadas, etc. Pelo contrário, há relatos que provam justamente o contrário. Jesus Cristo não seguiu o padrão de inferiorizar as mulheres, as tratava com honra e respeito embora na época era ainda mais severa a discriminação. Acho que suas palavras se referem a religiões (e não a Bíblia) que toleram abusos sexuais, e tem longo histórico de abuso contra os mais fracos, sejam mulheres ou não.
ResponderEliminarOi Drielle, infelizmente a biblia tem passagens extremamente machistas que sugerem que a mulher é pecadora, impura, deve se sujeitar ao homem e foi feita para servir a ele. Ainda que seja um retrato da época em que foi escrita, a igreja sempre utilizou (até os dias de hoje) essas "leis de deus" para fundamentar nossa sociedade patriarcal. São centenas de anos de uma sociedade construída em cima desses conceitos e isso influencia diretamente no machismo e na violência contra a mulher. É impossível assumirmos que, ao ler a biblia, as pessoas vão apenas assimilar as partes boas e ignorar as ruins. Cada um vai usar a palavra da forma que convir e, no caso do Brasil, a bancada religiosa está usando de forma machista.
ResponderEliminarPrecisei compartilhar!! Por todas nós que aqui estamos, pela minha filha que logo chega. Parabéns por conseguir expressar tão bem o que tantas de nós calam e sofrem uma vida toda.
ResponderEliminarE gerar uma onda de amor também, Carol. Estamos aqui, juntas e unidas e é desse jeito que vamos seguir a nossa luta. ��
ResponderEliminarPor você e sua voz eu só tenho amor, admiração e gratidão! Que texto incrível, que sensibilidade incrível, e que coragem incrível! Parabéns e obrigada!
ResponderEliminarque texto maravilhoso, carol.
ResponderEliminarte sigo há um tempo e te acho uma mulher incrível! mesmo :)
uma grande inspiração.
e acho importantíssimo tu usar esse teu espaço pra debater assuntos como esse, que são tão necessários.
ser mulher é uma luta diária, mas juntas somos mais fortes. e textos como esse teu vão fazer mais e mais mulheres objetivarem a realidade, já que tudo é tão naturalizado e tão normal.
Texto lindo! Incrível! Obrigada por pôr em palavras os sentimentos de todas nós! Beijos
ResponderEliminarTerminei de ler e só consigo bater palmas. Que texto! Sei nem o que dizer porque meus sentimentos já foram todos traduzidos nele.
ResponderEliminarEsse país tá perto de se tornar uma teocracia pentecostal, não é exagero! Fanatismo religioso somado a ignorância dá nisso. Dá uma dor no peito saber dessas coisas, mas é nessas horas que precisamos levantar a voz e nos unir! Ver que existem pessoas como você me dá um pouquinho de esperança <3
ResponderEliminarComo uma pessoa que fala que mulher tem que ganhar menos não é machista? Bozonazi é misógino no mais alto grau. Além de homofóbico, racista, etc etc... Mas tá aí ganhando apoio de um monte de ignorantes analfabetos políticos com esses medos coletivos infundados ("ideologia de gênero", doutrinação comunista kkkkkk). Ele só fala o que o senso comum limitado do brasileiro quer ouvir.
ResponderEliminarQue texto!! Parabéns!!
ResponderEliminarSou contra o aborto (por ter meus motivos) mas penso que a minha opinião é minha e não pode ser considerada única forma de agir.
Quero um mundo melhor para as mulheres... Quero ver minha filha livre de todas essas "regras" e viver sem os medos.
Beijos, Carol.
Mini D.A <3 vi o link no post de uma amiga e entrei. Que maravilha de reflexão, que desabafo de tirar o ar, que coragem de não se calar e se entregar. Palavras também são armas de luta, hoje você lutou bravamente.
ResponderEliminarChoramos juntas, mas nos levantaremos juntas tb. Obrigada Carol por esse texto e por dizer o que minha voz não consegue
ResponderEliminarEsse foi o melhor texto de todos Carol! Obrigada por ser nossa porta voz onde tantas vozes se calam... Tenho um filho de 5 anos e sou completamente a favor da nossa liberdade de escolha e emancipação. Só existe uma solução para conseguirmos barrar esse destino de dias ruins para sermos mulher: "mais mulheres no poder", precisamos eleger mais e mais mulheres. Criar partidos femininos... enfim, você seria uma grande líder política e teria muitas seguidoras aí no Rio e pelo Brasil ... como você já tem...enfim, é um meio completamente machista também o da política ... é ...fico muito triste com o rumo que as coisas estão tomando ... de qualquer maneira, depois de ler o seu texto, sinto que ainda há esperança para nós :*
ResponderEliminarTambém chorei, Carol e choro. E percebi tantas vezes fiquei calada para evitar uma briga, um desentendimento, um "mimizenta feminazi". Mas a sociedade precisa nos escutar porque, ao final, todos esses legisladores e fdps nasceram dos nossos ventres. Lutar, lutar, lutar sempre. Nossa vida tem que ser mais do que isso.
ResponderEliminarCarol, eu sou mestranda e minha pesquisa é sobre desigualdade de gênero. Um tempo atrás, não estava mais dando conta de existir dessa forma. Mas segui. Saber que as manas estão aí, na luta, das mais diversas formas, me salva da loucura.
ResponderEliminarAssim como você compartilhou um pedaço foda do seu coração com a gente, quis compartilhar contigo o que me ocorreu quando eu entendi que precisava ir até o fim:
"Quantas vezes você já foi interrompida? Silenciada por alguém que julgava conhecer um assunto melhor que você, ainda que seu depoimento fosse sobre uma especialidade, um estado de espírito, uma experiência ou um sentimento absolutamente pessoal?
Sou mulher; já estive nessa situação em diversos momentos. Em algumas ocasiões, aumentei o tom de voz e segui até o fim em minha fala, mesmo sem ter sido ouvida. Em outras, simplesmente não pude continuar. Em todas, senti-me excluída da minha própria história.
Há algum tempo tenho escrito uma dissertação sobre o tema que é a grande paixão que tenho nessa vida. Mesmo assim, pergunto-me constantemente se o esforço é de fato válido. Algo pode vir a mudar p'ra melhor a partir da minha pesquisa? P'ra quem são essas palavras todas? Alguma delas tem valor real?
'Escrever é resistência', disse a irmã de uma grande amiga. A História não foi e não é contada por e para mulheres, porque o mundo não foi e não é por e para mulheres há bastante tempo. Tantas vezes, assim, tive de me calar - p'ra não ser agredida, p'ra não perder o emprego, p'ra não apanhar. Quando as ideias surgem no silêncio da escrita, contudo, ninguém me impede de dizê-las. E, quando eles (você sabe de quem eu estou falando) se derem conta da força que um texto assume quando surge, mais do que da técnica, do fundo do peito de quem está farta de ter que engolir as palavras, felizmente será tarde demais.
Mulheres - da ciência, como eu, ou não -, resistam.
Escrevam."
'tamo' junta, <3
Obrigada por esse texto. <3
ResponderEliminarDisse tudo!!!
ResponderEliminarApenas, estamos juntas! Muito obrigada por esse texto ❤️
ResponderEliminarObrigada Carol por tomar partido e usar sua audiência à favor de nós. Obrigada por ser mais uma que dá voz à nossa luta diária. Obrigada por não se calar, por ser combativa, por ser quem é. Obrigada por nos fazer sentir que juntas somos mais fortes (e como precisamos ser! chega cansa...).
ResponderEliminarComo um dos comentários citou, as dificuldades são imensas, mas nossa fibra também. Força pra nós e obrigada (mais uma vez).
Carol, faço das suas palavras as minhas. Cada dia ando mais desiludida com o nosso país, além dos óbvios problemas econômicos, percebi também o quanto precisamos amadurecer como nação. Somos um povo mesquinho, machista e religioso. Tenho vergonha de ser brasileira, essa é a verdade. E se pudesse, já estaria bem longe daqui. Tenho 3 filhos e tudo que ensino para eles é sobre a necessidade de se mudarem para um lugar com liberdade de verdade, em todos os sentidos. Sou ateia e tenho verdadeiro pavor do extremismo religioso-conservador que agora anda espreitando nossas vidas, tolhendo nossos direitos. Voltamos a viver na idade média. Lindo texto e não desista!
ResponderEliminarObrigada por esse texto, por não se calar e por dar um pouco de voz para todas nós. Não é um bom dia pra ser mulher, nunca foi, mas acredito que o mundo está mudando e melhorando nesse sentido, infelizmente com passos lentos demais. Continuo sempre com a esperança e vontade de mudar, e juntas somos mais fortes.
ResponderEliminar<3
Carol, eu sempre amei o blog e te acompanho a vários anos e agora te admiro mais ainda... Porque é exatamente assim que eu me sinto todos os dias, me sinto atada! Não foi uma nem duas vezes que me levantei de mesas de pessoas que faziam comentários machistas e em pró da ditadura e me afastei de várias pessoas... Porque eu simplesmente não suporto mais ficar calada pra esse tipo de comentário!
ResponderEliminarTeu texto é exatamente o que sinto todos os dias. Parei de ler certas notícias por um tempo porque me traziam mais dor do que as ovelhas e os cachorrinhos do youtube. Mas chega de silêncio. Não é hora para virar o rosto para não ver o que acontece, não é hora para deixar a dor sangrar apenas por dentro, não é hora pra deixar homem um (ou 18) falar mais alto do que nós. É hora de gritar até que o país aprenda a escutar. É hora de ir à luta, de perder o medo. De botar essa raiva na rua. Sigamos unidas, irmã. Que texto. Que dor. Que fibra. Vamos todas e nenhuma a menos.
ResponderEliminarBom, pra vc ter citado a bíblia no seu texto vc deve ter um motivo, acredito que faltou mais informações a respeito. Senti falta.
ResponderEliminarFoi uma alusão à bancada religiosa da câmara. Não ao livro em si. :)
EliminarObrigada Carol por esse lindo texto, por essa sensibilidade e por toda luta diária. Juntas somos mais fortes. vc traduziu em palavras todo o sentimento do meu coração e tenho certeza que de muitas outras mulheres também. #gratidao
ResponderEliminarFico com raiva até do meu³. Chorei tbm. Chorei discreta, no cantinho, porque explicar seria desgastante, ando realmente cansada. Já lendo os comentários, minha filha me viu com os olhos marejados, "Mamãe você chorou?" chorei filha, por mim e por vc.. "hã? não entendi".
ResponderEliminarSimples, coerente, visceral e, infelizmente, totalmente verdadeiro. Aplaudo de pé as tuas palavras e a materialização dos sentimentos que todas nós que tivemos a sina de nascer mulher sentimos, engolimos, sofremos. Estamos juntas, quer eles queiram ou não!! Juliana, RS
ResponderEliminar♥
ResponderEliminarParabens!!!!
ResponderEliminarNossa Carol, nunca me senti tão contemplada por um texto, por uma fala. Também me senti tão impotente, tão desperdiçável por ter o meu corpo, as minhas escolhas definidas por um grupo de 18 homens. Nós somos definidas o tempo todo por todos, mas parece que ver essas pessoas decidirem que você deve seguir com aquilo que não vai te fazer bem, é perceber que a gente não pode nunca ter uma escolha, que vamos permanecer sendo silenciadas.
ResponderEliminarObrigada por escrever tudo isso e representar tão bem o sentimento. Estamos na luta! Força pra todasss
Sinto muito por todas nós, mulheres. Esse texto merece ser publicado em todas as redes sociais. Até ALGUÉM ouvir.
ResponderEliminarBelo texto... Total apoio, mesmo sem ter a mínima idéia do que vocês passam no dia a dia. Continuem na luta, mulheres. Minha esposa me compartilhou o texto e vocês deviam compartilhar com os companheiros, a mensagem tem que seguir adiante. É uma pena o caminho que esse Brasil tá seguindo.
ResponderEliminarParabéns e obrigada, Carol! Por se posicionar e dar voz a tantas outras mulheres! Estamos juntas!!!
ResponderEliminarConsegui te admirar ainda mais! Voce é FODA!
ResponderEliminarIncrível a capacidade que vc tem em traduzir tão claramente em palavras sentimentos tão avassaladores!
ResponderEliminarSou enfermeira e já atendi uma adolescente grávida vítima de um estupro que a família não permitiu o aborto nem a doação da criança. Foi devastador.
É impressionante, Carolina, a sua capacidade de ser tão insensível com uma criança que você denomina de feto. Feto como se ali não possui-se uma vida, como se não tivesse amor. Você está precisando de amor, está parecendo mulher mal amada que foi tratada feito nada por homem a vida inteira, e até mesmo que não teve a presença de um pai. Porque para tratar uma criança com tanto desprezo e insensibilidade você deve ter passado pela mesma situação. Não teve amor, não deve ter tido a presença de um pai e com certeza foi sacaneada a vida inteira por homem. INFELIZ! Isso é perfil de mulher revoltada. Imagina se fosse a sua mãe quando descobri-se que estava grávida de você e decidi-se abortar OCÊ, porque talvez serja um feto anencéfalo. As palavras que você mais utiliza em seu texto é ÓDIO E RAIVA. Presta atenção nos sentimentos que você carrega! Virá mulher! Uma pessoa como você REALMENTE NÃO MERECE SER MAE! E irei pedir para que você NUNCA receber essa benção. SUA INFELIZ! VIRA MULHER
ResponderEliminarSou bem amada, recebi muito amor, já sou mulher e talvez serei mãe um dia. Mas jamais de um filho gerado por um estupro. Tenho o direito de escolher isso. E sim, sou revoltada e carrego muita raiva da sociedade machista na qual eu vivo. Pode pedir pra quem você quiser pra eu não ser mãe, porque do mesmo jeito que a natureza garante que um feto não tem nem sistema nervoso até 8 semanas e, por isso, ainda não é uma criança e sim um conjunto de células que irá se desenvolver, a própria natureza vai garantir que eu possa ou não ter filhos unica e exclusivamente pelo poder do meu corpo e não dos seus pedidos infelizes (os quais eu desejo que voltem em dobro pra você). Espero que você não seja religiosa(o), porque se for, te garanto que seu pedido para que eu "não tenha essa benção" deve ser o oposto do que prega sua fé. E você, vira gente.
EliminarTô chocada com o comentário dessa pessoa! Que horror!
Eliminar"É impressionante, Carolina, a sua capacidade de ser tão insensível com uma criança que você denomina de feto." disse a pessoa que com certeza apadrinha uma porrada de criança de rua, principalmente meninas pobres de rua que logo logo vão ser mães não por escolha.
Eliminar"Feto como se ali não possui-se uma vida, como se não tivesse amor." Que amor maravilhoso deve ser quando uma mulher diz não a um homem e ele força o pênis dele na vagina seca dela porque ele quer e pronto.
"Você está precisando de amor, está parecendo mulher mal amada que foi tratada feito nada por homem a vida inteira, e até mesmo que não teve a presença de um pai." Se esse fosse o caso, preciso te avisar que o "pai" estuprador de um monte de crianças por aí não vai criar exatamente as crianças mais amáveis do mundo porque eles são criminosos nojentos que só ligam para o próprio poder de abusar.
"Imagina se fosse a sua mãe quando descobri-se que estava grávida de você e decidi-se abortar OCÊ, porque talvez serja um feto anencéfalo." Deixa eu te contar, se isso tivesse acontecido Carolina nunca teria existido, criado consciência para se lamentar pelo que a mãe dela fez ou deixou de fazer, então que argumento é esse?
"As palavras que você mais utiliza em seu texto é ÓDIO E RAIVA. Presta atenção nos sentimentos que você carrega!" Mas é pra falar com amor e carinho sobre um assunto que mata mulheres todos os dias? Fora que você parece um amorzinho nesse seu pedestal.
"Virá mulher! Uma pessoa como você REALMENTE NÃO MERECE SER MAE! E irei pedir para que você NUNCA receber essa benção. SUA INFELIZ! VIRA MULHER" Bom saber que o anônimo decidiu que ser mulher é equivalente de aguentar. Aguentar estupro, aguentar humilhação, aguentar ser menos, aguentar um processo biológico super exaustivo pro seu corpo por 39 semanas, e aguentar o que vier daí, aguenta criar e moldar um ser humano sozinha e aguentar os comentários que virão se ele não for perfeito pra sociedade, se virar bandido, afinal a culpa é da mãe que não criou direito...
Parabéns pelo texto!!!! Essas dores são nossas!!! Também chorei por todos esses motivos...ser mulher é uma luta diária...
ResponderEliminarSer mulher não é fácil mesmo Carol, mas penso que quando unimos nossas vozes, a gente ganha força, seguimos juntas, pelo direito de ser.
ResponderEliminarNão consigo aceitar q um bando de homens decidam sobre o nosso destino, o nosso corpo, a nossa alma. Imagina uma vítima de estupro ter q carregar no ventre o filho do estuprador. É inaceitável
ResponderEliminarVamos juntas.
ResponderEliminarApesar da dor, de sentir vergonha, de sentir que a culpa é nossa (mesmo sabendo que NÃO é), nenhum dia é bom pra ficar calada.
MARAVILHOSA!! sua voz e seu dom com as palavras com certeza atinge muito mais profundo <3 <3 <3
ResponderEliminarObrigada!! Obrigada por esse texto que fala por mim como pouquíssimos que já li! E parabéns, por ser esse mulherão que és!
ResponderEliminarNão sei se vou ser bem vindo a comentar, mas posso dizer com toda certeza que nunca fui tão tocado por um texto.
ResponderEliminarUm homem jamais vai entender o que é de fato ser mulher hoje ou em qualquer tempo, também não vou ser hipócrita a ponto de achar que consigo me colocar no lugar de vcs, mas teu texto me permitiu talvez experimentar 1% da angústia, raiva, tristeza e tantos outros sentimentos com os quais vocês tem que lidar todos os dias, todas as horas e perceber que eu não conseguiria lidar com essa sensação sufocante que é constante para vocês.
Dito isso só me resta pedir perdão a todas vocês!
Ps. Não precisa publicar a minha mensagem anterior, falei porque pela primeira vez tive de comentar um texto e queria que soubesse que o teu texto me tocou de verdade...
ResponderEliminarCarol, chorei agora... Obrigada por compartilhar sua dor, nossa dor. Suas palavras traduzem tudo o que passamos todos os dias.
ResponderEliminarTexto maravilhoso! Que sua voz nunca se cale! Bjs <3
ResponderEliminarCarol, Obrigada!
ResponderEliminarE parabens!
RESISTIREMOS E LUTAREMOS! Nos precisamos umas das outras!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCarol. que texto incrível..o que posso dizer: aplausos pela sua coragem e reciprocidade..é difícil defender com coerência o coletivo, sem parecer egoísta! estou emocionada!
ResponderEliminarParabéns pelo texto Carol.
ResponderEliminarSou cristã, mas não sou anônima, acho isso ridículo.
Tenho um filho, que é maravilhoso, adulto e já voou para o mundo, para vida DELE.
Observo o machismo em família, no trabalho, nas religiões, na rua, dentro de casa, enfim, em todos os lugares possíveis e imagináveis.
E, quando argumentamos, também somos agredidas. Não temos nem esse direito : ARGUMENTAR.
Não podemos nada : falar, agir, vestir, são ofensas públicas e imperdoáveis, mesmo que não peçamos perdão.
Temos que seguir na luta, por mais diária e infinita que seja.
Bjs
Shirley Santos (54 anos)
Curitiba - PR
Simplesmente (mas não tão simples assim) muitas mulheres vão continuar realizando abortos, por N motivos, algumas mais amparadas outras menos e outras ainda sem nenhum amparo....Muitas vão morrer durante o procedimento ou depois e é essa a cruel realidade da vida...Eu acho que cada uma tem (ou deveria ter) o direito de escolher, de decidir...se vc quer fazer por motivo x, y, z....o problema é teu, seu eu quero fazer o problema é só meu. Concordo que outra mulher (ou homem) não tem que me dizer o que ele ou ela acha que é certo para eles, e vida que segue....mas infelizmente não é assim que funciona....Na minha cabeça um emaranhado de nada não seria vida, mas até o que a gente acha as pessoas querem se meter...As vezes dá vontade de viver alienada do mundo, essas pessoas são mais felizes....
ResponderEliminarCarol, compartilho da tua tristeza, da tua revolta. Vivenciei na pele vários momentos que tu cita em teu texto, detesto fazer parte das estatísticas, de quando falo sobre a minha experiência ter ela minimizada porque consegui fugir na última hora, de ouvir que somente o INDIVÍDUO que me atacou aos 12 anos era doente e não que a sociedade em que vivemos é doente.
ResponderEliminarLi teu texto e encontrei força para continuar a luta diária.
Obrigada por compartilhar teu desabafo.
Você traduziu tudo que tenho sentido, inclusive a depressão dos últimos dois anos e a necessidade de se afastar de notícias relacionadas a política pelos motivos que tu descreveu.
ResponderEliminarNão costumo nem ia comentar mas senti muito necessário quando tu colocaste sobre a possível onda de ódio que viria com esse texto.
Eu senti e quero que tu sinta a onda de amor que veio com ele. De tantas de nós nos sentirmos representadas e acolhidas pelo que tu escreveu. De compartilhar da dor mas também da força pra dizer: estamos juntas!
Te acompanho tem bastante tempo, mesmo quando o assunto é look ou viagens percebo que tu nunca trata só disso. Te admiro muito. Tu é maravilhosa. Esse texto é maravilhoso e sente todo o amor do mundo!!!
Nossa, eu não vou ter palavras pra descrever o que senti lendo esse texto. Mas acho que INCRÍVEL e triste são boas definições. Sei lá, tô sem reação, parabéns!
ResponderEliminarA minha luta pela igualdade de direitos jamais passará pelo assassinato de um bebê que nada tem a ver com história nenhuma. Não posso ser a favor de um erro na suposta intenção de desfazer outro. O direito ao aborto não melhora nada para ninguém, nem mesmo para as mulheres. Só torna lícito um crime hediondo.
ResponderEliminarObrigada!!
ResponderEliminarTexto lindo e doloroso. Continua sendo um péssimo dia para ser mulher.
ResponderEliminar